Uma das grifes mais conhecidas de Blumenau no passado, que ajudou a impulsionar os anos dourados do turismo de compras na cidade nas décadas de 1970 e 1980, pode ter um novo dono. A marca Cristal Blumenau, que pertencia à empresa de mesmo nome, deve ir a leilão em breve.

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A Cristal Blumenau teve a falência decretada no início de 2022, depois de anos agonizando por dificuldades financeiras. Com o encerramento definitivo das atividades, restaram alguns bens em nome da empresa que serão vendidos para o pagamento de dívidas, que somam pelo menos cerca de R$ 180 milhões.

Entre esses ativos estão, além de alguns imóveis, justamente a marca homônima. Um laudo entregue nesta semana à Justiça revela que a grife está avaliada em R$ 980,8 mil, com base na geração de caixa operacional. O valor é considerado uma pechincha diante do protagonismo que a Cristal Blumenau já exerceu no mercado de artigos finos de mesa.

Veja fotos de como era a produção da Cristal Blumenau

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Administrador judicial da companhia, o advogado Alcides Wilhelm diz que o documento já foi juntado nos autos do processo para que o juiz responsável pelo caso determine, posteriormente, uma data para o leilão.

Mesmo se a marca for arrematada, o valor levantado seria insuficiente para quitar até mesmo as dívidas trabalhistas, que somam R$ 5,5 milhões e têm prioridade de pagamento. O restante do patrimônio deixado pela empresa inclui terrenos na Rua 2 de Setembro, onde funcionava a antiga fábrica, que também devem ir a leilão.

Relembre a história da empresa

A Cristal Blumenau surgiu em 1967 e inicialmente se chamava Cristais Estrela D’Alva – o novo nome foi adotado em 1972. Depois de anos dourados, sobretudo na década de 1980, quando recebia a visita de clientes de todo o Brasil, a empresa, assim como todo o setor de cristais, sentiu os efeitos da abertura do mercado. A chegada ao país de copos e taças importados de vidro, mais baratos, altos custos de produção e carga tributária elevada pesaram contra.

A empresa chegou a anunciar o encerramento das atividades e a encaminhar um pedido de autofalência no início de 2018, depois de já ter cogitado a medida outras vezes. Na época, a Cristal Blumenau já tinha dificuldades para pagar em dia os cerca de 150 funcionários. Uma nova diretoria, no entanto, tomou posse para tentar resgatar o negócio.

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loja de fábrica chegou a ser reaberta e a produção foi retomada em abril daquele ano, mas não durou muito tempo. Alguns meses depois, em outubro, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, que foi negado pela Justiça.

Com a falência, a Cristal Blumenau segue o mesmo caminho de outras empresas do ramo, como a Strauss, que tinha 200 funcionários e fechou as portas em 2016. Antes, em 2009, a Cristais Hering também já havia encerrado as atividades, à época com 180 funcionários.

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