A Malwee, uma das maiores e mais tradicionais indústrias de moda de Santa Catarina, vai desativar a produção da fábrica de Pomerode, em operação desde 1975 e com foco em costura. As atividades serão absorvidas pela matriz da companhia têxtil, que fica em Jaraguá do Sul. Em comunicado, a empresa garantiu que não haverá demissões, propondo a transferência dos 364 funcionários para a cidade vizinha.
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Colaboradores foram comunicados da decisão nesta quarta-feira. Na nota distribuída à imprensa, a Malwee diz estar preparando um planejamento de investimentos para o triênio 2019-2021. E acrescentou que a transferência da produção de Pomerode para Jaraguá do Sul, que começará em junho, integra o pacote de medidas com vistas a “ganhos de agilidade, eficiência operacional, sinergia e facilidade nas tomadas de decisão”.
No mesmo documento, a companhia anuncia “projetos nas áreas de sustentabilidade, modernização do parque fabril dentro do conceito de indústria 4.0 e iniciativas nas frentes de tecnologia da informação, varejo e inovação”, com o objetivo de “tornar a companhia ainda mais eficiente, competitiva e sustentável”.
Como outras indústrias do ramo da região, a Malwee encara um cenário financeiro desafiador, agravado com a crise da economia a partir de 2015. Em 2016, a empresa anunciou o fechamento da fábrica de Blumenau, cuja produção também foi absorvida pela unidade de Jaraguá. Cerca de 300 pessoas foram desligadas na época. Em março deste ano, desmentiu boatos que circulavam entre representantes do setor de que teria sido comprada por um grupo coreano.
Sindicato negocia acordo
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Funcionário há 38 anos da Malwee, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação, Tecelagem, Vestuário, Couro e Calçados de Pomerode (Sintivepo), Wolfgang Schumann, diz que a decisão, claro, pegou muita gente de surpresa.
– A empresa nunca atrasou salários. Sempre estava com o fundo de garantia em dia. Nunca deu problemas para o sindicato. É uma empresa séria – reconhece.
Apesar da garantia de transporte até Jaraguá do Sul, ainda há dúvidas se a maioria dos funcionários vai permanecer – o fato de o emprego migrar para outra cidade pode pesar na rotina dos trabalhadores em vários casos.
O Sintivepo, segundo Wolfgang, conseguiu negociar junto à companhia condições melhores para aqueles que não quiserem ficar e pedirão desligamento. Estes trabalhadores terão direito ao saque do FGTS e à multa de 40% sobre o valor depositado no fundo, além de poderem encaminhar o seguro-desemprego.
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