Sindicatos de lojistas e comerciantes de todo Brasil recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para mudar a forma de reajuste dos contratos de aluguel. Hoje o parâmetro inflacionário mais utilizado para corrigir valores de locação é o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Na ação, as entidades sugerem a aplicação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no país. O movimento conta com a adesão do Sindilojas Blumenau e também recebeu apoio do partido PSD.

Continua depois da publicidade

> Receba notícias de Blumenau e do Vale pelo WhatsApp

A reivindicação se deve à disparidade do IGP-M com a realidade. Calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o índice acumula alta de 33,83% nos últimos 12 meses. Este percentual seria aplicado no valor de um aluguel cujo contrato fosse atualizado em julho. Para quem pagava R$ 1 mil de locação em uma sala comercial ou em um apartamento, por exemplo, o aumento ficaria em cerca de R$ 330, passando para R$ 1.330.

Já o IPCA contabiliza alta de 8,99% em 12 meses, também com base em julho. Se fosse considerado este índice, os reajustes seriam bem menos salgados em um momento em que a economia ainda se recupera, muitas famílias perderam renda e o salário da maior parte das pessoas permanece estagnado.

As entidades defendem que o reajuste dos aluguéis “acompanhe, de forma real e coerente, a escala inflacionária do país”. E cita que a disparada do IGP-M tem provocado efeito “devastador” para comerciantes e lojas de todos os setores, “que veem seus alugueis aumentarem, exponencialmente, e seus lucros minguarem, principalmente em face às medidas de restrição de funcionamento”.

Continua depois da publicidade

Em muitos casos, locatários têm conseguido negociar reajustes menores do que a variação do IGP-M. Há certo consenso no ramo imobiliário de que a aplicação integral do índice é abusiva e pode inviabilizar a manutenção do vínculo – como não é negócio perder o cliente, o próprio proprietário também costuma aceitar um valor menor. Ainda assim, na maioria das vezes o percentual fica em um meio termo, ainda superior ao IPCA.

As diferenças

O IGP-M é calculado a partir da junção de outros três indicadores, cada um com um peso diferente. O principal deles é o Índice de Preços ao Produtor Amplo, que responde por 60% da composição e monitora a variação de preços de bens agropecuários e industriais. Nesta lista entram commodities como milho, soja, trigo, ferro, cobre e alumínio, entre outros, cotados em dólar e que aumentaram muito de preço.

A defesa pela aplicação do IPCA se deve ao fato de o índice ser o principal espelho da inflação no Brasil. O indicador se aproxima mais da realidade das pessoas por considerar a variação de preços de produtos e serviços consumidos no dia a dia – uma lista que inclui alimentação, transporte, habitação, saúde e artigos para a casa, por exemplo.

Leia também:

Repasses de Blumenau à Blumob vão chegar a R$ 34 milhões e podem se manter em 2022

Continua depois da publicidade

Ex-presidente da Dudalina apoiou movimento que diz confiar no voto eletrônico

Blumenau vai dar descontos para quem atrasou pagamento de impostos na pandemia

“Shopping” para pets muda paisagem em rua de Blumenau e ganha data de inauguração

Casamento de Bolsonaro com SC só tem sido bom negócio para o presidente

​Valorizada, Oktoberfest Blumenau vai cobrar caro da nova cervejaria oficial

​​​​​​Receba notícias e análises do colunista Pedro Machado sobre economia, negócios e o cotidiano de Blumenau e região pelo WhatsApp ou Telegram