A liberação do saque de até R$ 500 das contas ativas e inativas do FGTS, anunciada nesta quarta-feira pelo governo federal, tem potencial para injetar R$ 65 milhões na economia de Blumenau. A estimativa é do Sindilojas, sindicato que representa empresários do comércio.

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A entidade baseou o cálculo em informações da Relação Anual das Informações Sociais (Rais) de 2017, do então Ministério de Trabalho, que apontavam que 130.424 pessoas trabalhavam na cidade naquele ano. Para chegar ao resultado, esse número foi multiplicado por 500 – como se cada um desses trabalhadores sacasse R$ 500.

É uma estimativa, claro, já que os dados usados no cálculo são de dois anos atrás, mas não deixa de ser uma amostra do potencial da medida na economia, sobretudo no comércio.

Medida paliativa

A medida adotada pelo governo é paliativa, uma tentativa de dar um ânimo ao menos temporário à ainda capenga economia brasileira. O próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL) veio a público destacar que se trata de algo emergencial.

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O Palácio do Planalto estima que a medida injete R$ 30 bilhões na economia ainda em 2019, mais R$ 12 bilhões no ano que vem, totalizando R$ 42 bilhões. Na prática, o governo repete uma fórmula antiga: aposta no consumo para movimentar o mercado. Essa estratégia costuma ter efeitos imediatos – principalmente no comércio, seja na aquisição de produtos ou no pagamento de dívidas –, mas é insuficiente para gerar um crescimento estruturado no médio e longo prazos.

Historicamente o consumo é uma das locomotivas da expansão da economia brasileira. Isso não impediu, no entanto, que o país mergulhasse em uma grave fiscal, tampouco esteve longe de resolver problemas graves de infraestrutura nem reduziu a burocracia do ambiente de negócios. Esses são os pontos que mais merecem atenção.