A venda do terreno que abrigou a tradicional Cristal Blumenau, confirmada em leilão realizado na tarde de quarta-feira (4), vai beneficiar quase 500 ex-funcionários da empresa que foi um dos ícones da era de ouro dos cristais em Santa Catarina. A área de cerca de 7 mil metros quadrados, localizada na Rua 2 de Setembro, em Blumenau, foi arrematada por R$ 5,4 milhões.
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O valor está longe de ser suficiente para quitar todas as dívidas da companhia, que teve a falência decretada em 2022 – o leilão de bens faz parte desse processo. Mas a boa notícia para 478 antigos colaboradores é que o valor arrecadado quase cobre todas as pendências trabalhistas, que somam R$ 5,56 milhões, conforme informações do escritório Wilhelm & Niels Advogados Associados, responsável pela administração judicial da Cristal Blumenau.
Ao todo, a Cristal Blumenau acumula dívidas de R$ 182 milhões. A maior parte é tributária (R$ 159,4 milhões). Nos processos de falência, porém, a lei determina uma hierarquia no pagamento de credores. Descontadas as despesas extraconcursais – que incluem honorários da administração judicial e taxas do processo, que no caso da Cristal Blumenau somam cerca de R$ 113 mil –, as pendências trabalhistas têm prioridade de pagamento.
Veja fotos do terreno vendido
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O valor arrecadado com a venda no terreno será pago de maneira proporcional aos ex-funcionários, observam os advogados Alcides Wilhelm e Mara Denise Poffo Wilhelm, que estão à frente do processo. Este caixa, no entanto, ainda pode ser engordado se a marca homônima, que não foi arrematada nesta quarta e terá um novo leilão no dia 19 de dezembro, for vendida. Se não surgirem propostas, pode haver uma tentativa de venda direta.
Aliás
O terreno onde estão as ruínas da antiga fábrica da Cristal Blumenau foi arrematado pela Ilok, uma administradora de bens que tem sede na cidade. Os novos donos, no entanto, preferem a discrição e mantêm sob sigilo os planos para a área. A maior aposta é que o espaço seja explorado pelo mercado imobiliário.
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