A Karsten anunciou nesta sexta-feira que chegou a um acordo para o pagamento de uma dívida milionária, que chega a R$ 521,7 milhões. A quantia está relacionada a debêntures (títulos de dívidas) emitidas no início de 2012. Na prática, é como se a companhia têxtil de Blumenau tivesse feito uma espécie de empréstimo junto a cinco bancos (os debenturistas neste caso) e deixado de pagar juros, o que levou a um acúmulo de débitos. Isso restringia a capacidade de obtenção de crédito para investimentos na operação, além de impactar negativamente o balanço financeiro.
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A notícia chega em boa hora porque coloca um ponto final em um imbróglio que se arrastava há cerca de cinco anos, desde que os empresários Armando Hess de Souza (o atual presidente) e Márcio Bertoldi (diretor de Relações com Investidores) assumiram, em 2014, o comando da centenária fabricante de artigos de cama, mesa e banho. A renegociação dessa dívida, herdada da gestão anterior, era crucial para o futuro da Karsten e considerada uma das grandes prioridades dos novos sócios.
Em fato relevante divulgado ao mercado, a Karsten detalhou as condições da renegociação. Uma fatia de R$ 232,6 milhões será paga em 95 parcelas mensais de R$ 1,75 milhão, mais uma parcela de cerca de R$ 33,9 milhões em até quatro anos, além de parcelas adicionais correspondentes a um percentual sobre o Ebitda (o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa. O saldo restante deverá ser quitado em oito anos.
A segunda parte, um valor aproximado de R$ 289,1 milhões, equivale a um “bônus de adimplência” caso os requisitos exigidos da primeira sejam cumpridos integralmente. Ou seja, se pagar os R$ 232,6 milhões em dia, a Karsten terá um abatimento de pouco mais da metade do montante devido.
As garantias para a renegociação incluem concessões de administradores e acionistas, além de imóveis da própria companhia. Resolvida essa pendenga, a Karsten agora poderá concentrar esforços no desenvolvimento e no fortalecimento operacional, diz o comunicado. Segundo Bertoldi, a dívida foi enquadrada em uma condição saudável de pagamento e o acordo é uma mostra da “seriedade da empresa em cumprir com as suas obrigações”.
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