A juíza Clarice Ana Lanzarini, da Vara Comercial de Brusque, autorizou, em decisão publicada na última quinta-feira (30), a liberação de R$ 2,56 milhões a credores trabalhistas da Buettner, tradicional indústria têxtil da cidade que teve a falência decretada em 2016.

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Cada funcionário, segundo determinação da magistrada, receberá até R$ 3 mil, mas os valores individuais variam. Os pagamentos serão feitos a credores trabalhistas extraconcursais. Ou seja, são referentes a dívidas acumuladas ao longo do período de recuperação judicial da companhia, etapa que antecedeu a falência.

O pedido foi feito pelo administrador judicial da Buettner, Gilson Sgrott, em função dos impactos sociais provocados pela pandemia de Covid-19. De acordo com ele, cerca de mil pessoas serão beneficiadas. A relação de credores deve ser apresentada nesta semana, e a expectativa é que os pagamentos comecem a ser feitos ainda em maio.

Conforme Sgrott, a dívida trabalhista da Buettner, mesmo após essa liberação, gira na casa dos R$ 20 milhões. O rombo total, que inclui débitos tributários, com fornecedores e bancos, passa dos R$ 200 milhões, segundo o administrador judicial.

Venda dos bens

Uma nova tentativa de venda em leilão dos bens que pertencem à Buettner, em duas praças realizadas em abril, terminou sem propostas. O conjunto, que inclui 65 imóveis, entre terrenos em Brusque, Guabiruba e Botuverá, além do antigo complexo fabril, está avaliado em R$ 141,6 milhões.

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Se já era difícil encontrar interessados antes, a pandemia do novo coronavírus afastou de vez os investidores, segundo a leiloeira Elizabete Ubialli. Como os leilões não deram resultado, há a possibilidade de divisão dos lotes, baixando o preço, ou até mesmo a abertura para uma venda direta. Os próximos passos serão determinados pela Justiça.