O blumenauense Jonathan Feller está ansioso por uma definição de data para embarcar rumo aos Estados Unidos. Mas a viagem é o de menos porque o mais difícil ele já conseguiu: o jovem de 24 anos integra uma das equipes vencedoras do Space Apps Challenge, concurso internacional de tecnologia da Nasa, a agência espacial americana, cuja proposta era “construir soluções inovadoras para os desafios que enfrentamos na Terra e no espaço”.

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Além de Jonathan, o time é formado por outros três jovens do Peru – Andrea Ybañez Esquerre, Raquel Sánchez Mejía e Marco Carrasco – e um da Índia – Yash Gadhade. Eles uniram forças e desenvolveram o A.I Heroes, plataforma de aprendizagem que “transforma” em professores nomes como Isaac Newton, Marie Curie, Galileu Galilei, Stephen Hawking e Albert Einstein. A ideia é fazer com o que o estudo em áreas como ciências, matemática e engenharia seja mais atrativo para crianças e adolescentes.

À coluna, Jonathan disse que, se pudesse resumir tudo em uma palavra, seria “inacreditável”. Ele jura que não esperava ganhar:

— A gente teve que cortar muita coisa da ideia porque não deu tempo. Mas mesmo assim ter tido esse reconhecimento e saber que isso foi lido, visto e revisado por pessoas das agências espaciais, é magnífico.

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Dentre 2,3 mil projetos enviados de todo mundo, o A.I Heroes se sagrou vencedor na categoria “Inspirador”, num empate com outro projeto. O prêmio inclui uma ida aos Estados Unidos para apresentar o projeto para o comitê da Nasa e uma visita ao Kennedy Space Center, porto espacial da agência. 

A agenda ainda é incerta em meio aos rumos da pandemia. Mas Jonathan está confiante. Nas próximas semanas ele terá reuniões com integrantes de outras equipes e deve conceder até uma entrevista para o site da Nasa. Se tudo der certo, poderá realizar um sonho de infância e ver de perto o lançamento de um foguete.

O projeto

A coluna contou a história de Jonathan em novembro passado, quando saiu o anúncio de que a equipe dele era uma das finalistas do concurso. O A.I Heroes usa inteligência artificial em uma plataforma acessada por celular ou computador que simula uma interação do aluno com o seu “herói científico”. 

Nela é possível consultar informações sobre o cientista, como o país de origem e suas contribuições nos mais diversos campos da ciência, da matemática à física, passando por engenharia e astronomia. Outra possibilidade é contrastar os recursos que essas pessoas tinham na época em que fizeram suas descobertas com o que existe disponível de conhecimento hoje em dia.

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Além de tornar essas áreas do conhecimento mais atraentes para crianças e adolescentes, o projeto também se atentou à representatividade de gênero e de localização geográfica, justamente para inspirar jovens de todos os cantos do planeta.

A lista de heróis da primeira versão conta, além dos nomes citados no início deste texto, com a astronauta indiana Kalpana Chawla, a matemática Dorothy Vaughan, primeira mulher negra a ser promovida chefe de departamento na Nasa, o matemático indiano Srinivasa Ramanujan, o astronauta Neil Armstrong e Hipátia de Alexandria, documentada como a primeira mulher matemática da Grécia Antiga.

A.I Heroes
Plataforma interativa destaca “heróis científicos” e suas contribuições em diversas áreas do conhecimento (Foto: Reprodução)

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