E se algumas das mentes mais brilhantes que já passaram por este mundo voltassem à vida com a missão de dividir as próprias descobertas feitas no campo da ciência? Um projeto finalista de um concurso da Nasa, a agência espacial americana, propõe a criação de uma plataforma de aprendizagem que “transforma” em professores nomes como Isaac Newton, Marie Curie, Galileu Galilei, Stephen Hawking e Albert Einstein – afinal, ninguém melhor que o físico alemão para falar sobre a teoria da relatividade. A ferramenta foi idealizada por um grupo de cinco pessoas, e entre elas está um jovem de Blumenau.

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Jonathan Feller, 24 anos, é um dos integrantes da A.I. ltruistics, equipe formada para disputar o International Space Apps Challenge. Trata-se de um hackaton global, nome dado a uma maratona tecnológica que reúne programadores e designers provocados a encontrar respostas para problemas específicos em um curtíssimo espaço de tempo – neste caso, em apenas 48 horas. A Nasa disponibilizou dados abertos da agência para que os concorrentes pudessem “construir soluções inovadoras para os desafios que enfrentamos na Terra e no espaço”, segundo a descrição do site oficial da iniciativa.

O Space Apps Challenge deste ano envolveu 26 mil pessoas de 150 países. Cerca de 2,3 mil projetos foram apresentados, e apenas 40 se classificaram para a final. Entre eles está o A.I Heroes, criado pela equipe de Jonathan. Além dele, formam o esquadrão outros três jovens do Peru – Andrea Ybañez Esquerre, Raquel Sánchez Mejía e Marco Carrasco – e um da Índia – Yash Gadhade. 

Jonathan nunca os viu pessoalmente. O blumenauense, que programa desde os 12 anos e já passou por um curso de formação do Programa Entra21, conheceu os colegas em um chat disponibilizado pela própria Nasa para conectar gente do mundo todo interessada em participar do desafio. Foi a saída encontrada pela agência para promover o hackaton à distância em meio à pandemia do coronavírus.

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Os vencedores em seis categorias serão conhecidos em janeiro. Como prêmio, receberão convites para apresentar em detalhes seus projetos na Nasa. Se a viagem for considerada segura, poderão até mesmo acompanhar de perto o lançamento de um foguete.

A.I Heroes
Plataforma simula interação do estudante com mascotes de cientistas famosos (Foto: Reprodução)

Como funciona

O A.I Heroes usa inteligência artificial em uma plataforma acessada por celular ou computador que simula uma interação do aluno com o seu “herói científico”. Nela é possível consultar informações sobre o cientista, como o país de origem e suas contribuições nos mais diversos campos da ciência, da matemática à física, passando por engenharia e astronomia. Outra possibilidade é contrastar os recursos que essas pessoas tinham na época em que fizeram suas descobertas com o que existe disponível de conhecimento hoje em dia.

— A ideia é criar um mascote para ajudar, de alguma maneira, o engajamento de crianças e do pessoal mais jovem a gostar de ciências — resume Jonathan, que acredita que muitas vezes o tema é tratado de forma enfadonha, provocando o desinteresse de alunos nas escolas.

A.I Heroes
Plataforma interativa destaca “heróis científicos” e suas contribuições em diversas áreas do conhecimento (Foto: Reprodução)

Além de tornar essas áreas do conhecimento mais atraentes para crianças e adolescentes, o projeto também se atentou à representatividade de gênero e de localização geográfica, justamente para inspirar jovens de todos os cantos do planeta. 

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A lista de heróis da primeira versão conta, além dos nomes citados no início deste texto, com a astronauta indiana Kalpana Chawla, a matemática Dorothy Vaughan, primeira mulher negra a ser promovida chefe de departamento na Nasa, o matemático indiano Srinivasa Ramanujan, o astronauta Neil Armstrong e Hipátia de Alexandria, documentada como a primeira mulher matemática da Grécia Antiga.

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