Apesar de a economia ainda patinar, a Haco não está segurando investimentos. A empresa blumenauense prepara um aporte de R$ 20 milhões em suas unidades fabris de Santa Catarina – que incluem a matriz, na Vila Itoupava, e a planta de Massaranduba – ainda neste ano. Os recursos serão aplicados na modernização das fábricas e na compra de novas máquinas, como teares para a produção de etiquetas tecidas de alta definição.

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As etiquetas, aliás, continuam sendo o carro-chefe da quase centenária indústria têxtil, fundada em 1928 por imigrantes alemães. Mas o negócio já não é mais tão dependente delas como no passado. Outras “soluções de identificação” de moda, como gosta de dizer o presidente da companhia, Alberto Conrad Lowndes, ganharam espaço nas vendas nos últimos anos. Ao todo são 15 linhas de produtos, que incluem cadarços, sacolas, transfers, metais, lacres e tags – itens que ajudam a identificar uma marca em uma peça de vestuário, por exemplo.

Essa diversificação de portfólio, somada aos investimentos agora anunciados e a contratação de 150 novos funcionários só neste ano, refletem um bom momento para a empresa, que vem crescendo, segundo Lowndes, a uma média de 12% a 15% nos últimos anos – mesmo com o seu principal mercado consumidor, o têxtil, ainda andando de lado. Parte desse sucesso recente em um período tão turbulento se deve a um reposicionamento interno que foi definido já há algum tempo.

— A Haco não tem mais a preocupação em ser uma grande empresa. Quer ser a melhor, a mais parceira dos clientes, a mais inovadora — diz o presidente.

A receita para garantir a assertividade dessa estratégia, além de inovações de produto, como etiquetas em braile, com fibras 100% recicladas e também com identificação por rádio frequência, passou também por uma mudança de mentalidade, conta Lowndes. Como em outras empresas de origem alemã, a Haco tinha um perfil mais conservador e certa dificuldade “para se vender”, mesmo sendo uma líder de mercado com 1,4 mil funcionários e negócios com 35 países. A recessão da atividade econômica, porém, ajudou a impulsionar a visão de uma abertura maior.

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— Na crise, dobramos nossa equipe de produto e investimos em geração de conteúdo e relacionamento com o cliente — ressalta o executivo.

Com foco cada vez maior na qualidade dos produtos, a Haco também irá absorver atividades que até então eram terceirizadas, como a produção dos lacres de segurança que acompanham os tags de papel em roupas e calçados – que até então eram importados da Ásia. A empresa também planeja ampliar negócios nos mercados esportivo e de jeanswear.