As preocupações com o avanço do Covid-19, o novo coronavírus, alteraram a rotina da economia de Blumenau neste início de semana. Empresas estão cancelando cursos, suspendendo eventos, adiando viagens e em alguns casos, quando possível, incentivando os colaboradores a trabalharem de casa. Para profissionais que recém-retornaram de outros países a recomendação é ficar em quarentena. Um dos reflexos das medidas pode ser visto no trânsito da cidade, que nesta segunda-feira (16) está mais tranquilo do que o habitual.

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O trabalho remoto tem sido uma medida mais frequente em empresas de tecnologia. Mesmo sem casos confirmados e nem mesmo suspeitos, a HBSIS/Ambev, que tem 900 funcionários, 700 deles em Blumenau, liberou toda a equipe para trabalhar de casa. Para profissionais de grupos de risco (faixas etárias mais avançadas, gestantes, diabéticos ou imunodeprimidos), no entanto, o home office é obrigatório. A medida vale por tempo indeterminado. Nesse meio tempo, reuniões ocorrerão pela internet, por meio de webconferências. A integração de novos profissionais e aulas de idiomas também serão feitas à distância.

Outra empresa do ramo com grande quantidade de funcionários na cidade, a Senior intensificou a limpeza dos ambientes, revisou os procedimentos de viagens nacionais e internacionais e está reavaliando a necessidade de participação em eventos internos e externos. As unidades da empresa em São Paulo e no Rio de Janeiro já liberaram o home office. Por aqui, a avaliação será feita no dia a dia.

O sindicato que representa as indústrias metalmecânicas, metalúrgicas e do material elétrico (Simmmeb) vai adiar os seus eventos e está preparando uma lista de recomendações que será enviada aos associados. Empresas como a Altona criaram um comitê de crise contra o coronavírus. Quem retorna de viagem fica em quarentena. Na Censi, especializada em produtos hidrossanitários, as informações oficiais sobre o vírus são repassadas nas TVs que servem como mural de avisos aos funcionários e também em grupos de WhatsApp.

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A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) suspendeu por uma semana, até o dia 23, as aulas dos cursos presenciais das unidades do Sesi e do Senai em todo o Estado. Já a Associação Empresarial de Blumenau (Acib) emitiu nota pela manhã também comunicando o adiamento de eventos que seriam promovidos pela entidade nesta semana. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) está orientando lojistas a higienizar os ambientes e a disponibilizar álcool em gel nos pontos de venda. A recomendação é que funcionários idosos ou que apresentem sintomas de gripe não trabalhem.

Impactos em supermercados e hotéis

A Associação Catarinense de Supermercados (Acats) informou que está mobilizando os associados para que intensifiquem, junto a colaboradores, clientes e fornecedores, as boas práticas de prevenção, em especial na manipulação de alimentos. A orientação é para que cada empresa forme um grupo de trabalho específico para a execução de ações que impeçam a proliferação do vírus. Segundo a entidade, 1,5 milhão de pessoas circulam pelos supermercados do Estado todos os dias.

A Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Santa Catarina (Fhoresc) disse que negociará nesta semana medidas para o setor. A ideia é estimular a criação de banco de horas, férias coletivas, licenças não remuneradas, antecipação de férias e redução da jornada de trabalho. Com mais pessoas em casa, o segmento é um dos que mais devem sentir os impactos econômicos da crise provocada pelo Covid-19.

Decreto estabelece medidas em Blumenau

Em Blumenau, a maioria das medidas segue o que estabelece o decreto baixado no domingo (15) pelo prefeito Mario Hildebrandt. Além da suspensão de eventos com mais de 100 pessoas em áreas públicas, a orientação é que pacientes com sintomas respiratórios fiquem em casa e que pessoas idosas e pacientes de doenças crônicas evitem locais com aglomeração de pessoas.

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O decreto também estabelece que locais de grande circulação, como terminais de ônibus, shoppings centers e comércio em geral, precisam reforçar medidas de higienização de superfícies e disponibilizar álcool gel em locais sinalizados. Já restaurantes e bares devem organizar mesas com distância mínima de um metro e meio entre elas. O Procon também estará atento para fiscalizar eventuais aumentos abusivos de preços.

No geral, os efeitos do surto no faturamento da indústria, do comércio e do setor de serviços ainda são incalculáveis. No momento, porém, o investimento mais valioso e necessário de qualquer empresa é na saúde de suas equipes.