O executivo Marcelo Oliveira Lima costuma dizer que a GovBR é uma empresa com quase três décadas de atuação, mas com mais de meio século de experiência. O jogo de palavras faz referência histórica ao Cetil, consórcio de informática formado em 1969 para processar dados de grandes indústrias têxteis de Blumenau e que, além de na prática ser a primeira empresa de tecnologia da cidade, viria a se tornar o maior prestador desse tipo de serviço na América Latina. A partir de meados da década de 1980, porém, os computadores, um luxo até então para poucos, começaram a ficar mais acessíveis, processo que se acelerou com o fim da reserva de mercado nos anos 90.

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Diante do novo contexto econômico, o Cetil acabou perdendo força, mas deixou uma semente plantada: a GovBR, que surgiu em 1994 com foco em softwares de gestão para o setor público – um nicho já explorado anteriormente pela “empresa-mãe”. Desde então, companhia tem aprimorado soluções voltadas à governança de prefeituras, câmaras de vereadores e autarquias, além de prestar consultoria para órgãos públicos na elaboração de projetos para captação de recursos.

— Ajudamos as prefeituras a arrecadarem mais e gastarem melhor — sintetiza Lima, presidente da GovBR.

Apesar do DNA barriga-verde, a GovBR ainda explora pouco o mercado regional. Trezentos dos 750 funcionários ficam em Santa Catarina – as unidades estão instaladas em Blumenau, Chapecó e Florianópolis –, mas somente 5% do faturamento anual de R$ 150 milhões vem do Estado. Dos 500 municípios atendidos, apenas 20 são catarinenses. O “berço” tecnológico gera mais concorrência e dificulta a entrada em novas praças, admite Lima. Mas a empresa quer mudar esse cenário.

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O planejamento para 2023 mapeia de 12 a 15 novas cidades de atuação em Santa Catarina e um crescimento de receita global de pelo menos 50%. Um dos trunfos para a expansão é o Sistema Único e Integrado de Execução Orçamentária, Administração Financeira e Controle (Siafic). Estabelecido via decreto pelo governo federal, ele passou a exigir, a partir desse ano, que prefeituras e câmaras de vereadores adotem soluções de tecnologia para assegurar a transparência da gestão fiscal, abrindo novas frentes de negócios para empresas como a GovBR.

Outro pilar da expansão passa por investimentos de até R$ 20 milhões em tecnologias, além de novas aquisições. A GovBR comprou quatro empresas nos últimos anos e no momento negocia com outras quatro – duas gaúchas, uma do Nordeste e outra do Rio de Janeiro. As conversas estão avançadas e devem ser concretizadas ainda em 2023, antecipa Lima. Em alguns casos, a GovBR pretende incorporar a empresa toda e, em outros, somente a carteira de clientes.

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