O empresário Luciano Hang descarta a possibilidade de mudar o projeto arquitetônico da megaloja que a Havan quer erguer no Centro Histórico de Blumenau. A ideia de uma construção de 7 mil metros quadrados que remete à Casa Branca americana, marca registrada da rede varejista, foi criticada por integrantes do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural Edificado (Cope) em reunião no fim de maio. Com a rejeição iminente, a empresa retirou a proposta da pauta do encontro.

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À coluna, Hang falou abertamente sobre o assunto pela primeira vez – até então, a Havan vinha dizendo que não comentaria o resultado da reunião do Cope. O empresário não poupa críticas ao entendimento da maioria dos conselheiros, reclama dos “ideológicos” e diz que o empreendimento não impactaria a região.

— Você vai para a Europa e vê o velho contrastando com o novo. E o novo contrastando com o velho. Se você olha o local como está hoje, é um local abandonado, que fica feio para a cidade.

O principal argumento dos mais resistentes é o descompasso entre a fachada proposta, idêntica à de dezenas de lojas da rede Brasil afora, e o valor histórico da região para a cidade, razão pela qual o projeto precisa passar pelo crivo do Cope. Durante a reunião de maio, conselheiros sugeriram que a empresa se adequasse ao local, e não o contrário.

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Para Hang, “a sociedade perde quando inibe o empreendedor”. Ele acredita que a Havan no Centro Histórico seria uma espécie de segundo cartão-postal da empresa na cidade, a exemplo da unidade do Castelinho, na Rua XV de Novembro. E rebate até mesmo a ideia de que loja imitaria a Casa Branca americana, dizendo que a arquitetura também pode ser considerada “greco-romana”.

E se o projeto for pautado de novo no Cope, sem alterações, e não passar?

— Não deu, não deu, sigo adiante. Quem perde é Blumenau — diz o dono da Havan.

Além da loja no Castelinho da XV, a Havan tem outras três unidades em Blumenau, uma dentro de cada shopping da cidade. Nenhuma delas segue o perfil faraônico que caracteriza a rede varejista, muito menos conta com réplica da Estátua da Liberdade. Mas isso pode não durar muito tempo. 

Mesmo com eventual veto no Centro Histórico, a empresa estuda abrir um ponto na região da Mafisa, acoplado a um novo centro comercial cujo projeto está sendo avaliado pela prefeitura. Lá, às margens da BR-470, não tem fachada que cause polêmica.

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