O prefeito de Blumenau, Mario Hildebrandt, fez pouco caso das medidas anunciadas na sexta-feira (17) pelo governador Carlos Moisés para conter o avanço do coronavírus em Santa Catarina. O Estado apertou o cinto em sete regiões onde o mapa de risco da pandemia é considerado gravíssimo, o que inclui o Médio Vale. Mas para Blumenau, com exceção da paralisação por mais tempo do transporte coletivo, praticamente nada mudou porque a cidade já tinha decretos municipais com as mesmas regras em vigor há mais tempo.

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— Creio que o governador foi fraco nessa decisão — disse Hildebrandt à coluna.

Ainda na noite de sexta, pouco depois do anúncio do governo, Hildebrandt esteve reunido com os demais prefeitos da Ammvi, a associação das cidades do Médio Vale. Os 14 municípios que integram a região discutem medidas ainda mais duras em atividades econômicas, que em Blumenau podem restringir academias e reduzir o atendimento de bares e tabacarias aos fins de semana, segundo apurou o colega Evandro de Assis.

Não é de hoje que prefeito de Blumenau direciona a artilharia a Moisés. No início da pandemia, ele, assim como vários outros chefes municipais do Estado, criticou a falta de diálogo e de transparência nas ações de enfrentamento adotadas pelo governo. Também por diversas vezes pediu autonomia para tomar decisões, que chegou com o plano de descentralização da gestão.

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Agora, com o sistema de saúde regional à beira do colapso – 90% dos leitos de UTI em Blumenau estão ocupados e em outros três hospitais do Médio Vale já não havia mais vagas nesta sexta-feira –, a cobrança é em relação ao reforço da capacidade de atendimento em unidades de cidades vizinhas.

— Estamos aqui, literalmente, no limite da condição de atendimento física e humana. E nós temos um fator agravante. Infelizmente o governo do Estado não cumpriu com o seu papel — disparou Hildebrandt durante live desta sexta.

O prefeito se referia à, segundo ele, falta de perspectiva para a instalação de 15 novos leitos no Hospital Oase, de Timbó, referência para o tratamento da Covid-19 no Médio Vale. A unidade tem 30 leitos, mas só 27 deles estão habilitados. Hildebrandt também cobrou reforço no Hospital Regional Alto Vale, em Rio do Sul. Por lá, o Ministério Público abriu um inquérito civil para apurar a demora.

O estrangulamento geral tem reflexos no Médio Vale, já que os leitos de UTI são regulados pelo governo estadual. Segundo Hildebrandt, hospitais da área de abrangência da Ammvi abrigavam 21 pacientes de outras regiões nesta sexta-feira, oito deles só do Alto Vale.

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— Ele (o governador) precisa cumprir com o Alto Vale e outras regiões — cobra.

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