A Furb tem R$ 55,1 milhões em dívidas ativas a receber, referentes a mensalidades atrasadas e não pagas dos alunos. O dado foi revelado pela reitora Márcia Sardá Espíndola na tarde desta quinta-feira na Câmara de Vereadores de Blumenau. Ela usou a tribuna da Casa para fazer um balanço dos 100 primeiras dias da nova gestão, completados no dia 11 deste mês.
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A cifra ajuda a ilustrar as conhecidas dificuldades financeiras da universidade. A nova gestão, segundo a reitoria, já reduziu em 25% o orçamento de 2019, revendo o quadro de servidores celetistas e renegociando contratos em áreas como limpeza e segurança.
Outra medida adotada para equilibrar as contas foi a decisão, aprovada pelo Conselho Superior Universitário, de não conceder aumento de salários aos servidores da instituição neste ano. Também em função do caixa escasso, o 13ª será pago somente em dezembro – não há possibilidade de antecipação de parte do benefício, como em anos anteriores.
— Se tiver aumento, não há como pagar salário — avaliou a reitora.
No mesmo acordo foi definido que a Furb não repassará recursos ao ISSBlu relativos ao período entre maio e dezembro deste ano.
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Em outra frente, a universidade implantou já em março um programa de recuperação de créditos, com descontos a partir de 20% – chegando a até 100% em alguns casos – sobre juros e multas de mensalidades vencidas e não pagas entre os anos de 1992 e 2018. Segundo Márcia, a iniciativa já permitiu um retorno de pouco mais de R$ 600 mil.
A expectativa é recuperar pouco mais de R$ 3 milhões deste valor, mas principalmente criar alternativas para que o estudante retorne às salas de aula, diz a reitora. A Furb precisa disso até como forma de reforçar as receitas, visto que o quadro de alunos reduziu significativamente nos últimos anos.
Aliás
A prefeitura de Blumenau usou o reajuste zero na Furb como argumento para sustentar as dificuldades financeiras do município no ofício entregue ao sindicato dos servidores públicos (Sintraseb) com respostas às pautas reivindicadas pela categoria.