O fechamento da Container é mais um duro baque para a Capital Brasileira da Cerveja. A tradicional cervejaria, que anunciou nesta semana o encerramento das atividades depois de mais de uma década, juntou-se à Bierland entre as empresas icônicas de Blumenau que decidiram dar fim aos negócios. O setor clama por socorro.
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— É lamentável ver empresas desse porte, com essa envergadura e tantos anos de mercado, fecharem. A cidade de Blumenau perde muito — lamenta Péricles Espíndola, presidente da Associação Blumenau Capital Brasileira da Cerveja.
No meio cervejeiro, há um temor de que essa lista aumente, já que Bierland e Container estão longe de serem casos isolados. Ao menos uma grande outra cervejaria de Blumenau passa por dificuldades financeiras e já sondou interessados em comprar a operação.
A conjuntura desafia a sobrevivência. Cervejeiros alegam que a alta carga de impostos onera uma produção que já depende de muitos insumos importados, comprados em dólar. Isso dificulta ainda mais a concorrência com os grandes conglomerados do mercado, donos de maior poderio financeiro e com mais bala na agulha para negociar preços e exclusividades em pontos de venda.
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— O mercado está em crise. Muitas cervejarias pequenas estão brigando por preço. O consumo diminuiu, a quantidade de fábricas aumentou — disse nesta semana à coluna Daniel Reginatto, diretor da Container.
Há frentes do setor em Brasília batalhando por melhores condições tributárias, mas é preciso mais. Para Espíndola, o ideal é que as comunidades locais abraçassem mais, em eventos e ações, os produtos regionais, que geram empregos, impostos e renda que circulam nas próprias cidades das pequenas fábricas.
— Não podemos olhar só a questão da bebida alcoólica. Tem famílias e empregos por trás. Nós não temos a mesma representatividade na indústria como o têxtil, mas fazemos parte dessa engrenagem — observa Espíndola.
Aliás
Apesar de ter encerrado a produção, a Bierland ainda mantém uma pequena estrutura administrativa e tem conversas com potenciais interessados em comprar a operação. Por enquanto, porém, não há negócio encaminhado.
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