Dois anos e quatro adiamentos forçados pela pandemia de Covid-19 depois, a Feira Brasileira da Indústria Têxtil (Febratex) retorna ao calendário de eventos de negócios de Blumenau nesta semana com números recordes antes mesmo de abrir as portas a empresários, investidores e público em geral. Serão 455 estandes e 2,7 mil marcas em exposição. É tanta gente que a organização precisou recorrer a tendas na área externa, a mezaninos da Vila Germânica e até mesmo ao Galegão, que será usado pela primeira vez.
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Internamente, a expectativa de que o público ultrapasse as 52 mil pessoas que visitaram a feira em 2018 se transformou em certeza. A movimentação financeira deve atingir cifras ainda hoje não vistas na Febratex. Fala-se em mais de R$ 2 bilhões em negócios. A conta pode soar superfaturada para quem não é do ramo, mas é compreensível quando se considera que muitos equipamentos à venda são importados e comercializados em dólar ou euro – neste caso, o câmbio ajuda a inflacionar a projeção.
Além da dimensão territorial que o evento ganhou, há um componente emocional que contribui para que a Febratex de 2022 se consolide como a maior da história até aqui. Entre os corredores recheados de máquinas e equipamentos que prometem ganhos em escala para a indústria têxtil estarão pessoas que estavam com saudade do insubstituível tête-à-tête. A tecnologia ajuda, mas não há nada como uma negociação feita olho no olho e selada com um aperto de mãos.
— É muito tempo sem contato. O público está necessitado de ver, visualizar, tocar — diz Hélvio Pompeo, diretor da Febratex.
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O entusiasmo reflete um novo momento para o setor têxtil, avalia José Altino Comper, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex). Apesar do cenário ainda um tanto turbulento da economia, esse interesse prévio na feira é uma amostra de que há otimismo para os próximos anos. Para o dirigente, quem frequenta a Febratex olha o momento, mas está mirando lá na frente:
— Ninguém compra uma máquina não pensando em cinco anos. É um retorno para o futuro.
Para Comper, a pandemia abriu os olhos de alguns mercados consumidores de que é preciso depender menos do fornecimento têxtil da Ásia. Ele acredita que isso cria uma oportunidade para países que têm uma cadeia produtiva bem desenvolvida, caso do Brasil. Nessa linha, a Febratex serve como ponte para modernização do parque fabril de empresas.
Não à toa a feira servirá de vitrine para uma série de lançamentos, de marcas nacionais e estrangeiras. A multinacional Epson, por exemplo, vai usar a exposição para demonstrar pela primeira vez na região Sul uma impressora premiada na Europa e que é referência em impressão direta sobre tecidos. A catarinense Audaces apresentará novidades para a indústria da moda e a aplicação do metaverso no setor. A espanhola Jeanologia vai expor tecnologias para redução de desperdícios. A lista é farta.
Mais do que os benefícios econômicos, a volta da Febratex, como já ocorreu com o Festival da Cerveja e acontecerá também com a Oktoberfest, faz bem à alma de quem frequenta e de quem vive do setor de eventos. Cada estande montando representa a certeza de que os dias mais difíceis passaram e que agora é a hora de recuperar o tempo perdido.
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