Santa Catarina foi destaque de uma grande reportagem especial do Valor Econômico, principal jornal de negócios e finanças do Brasil, na edição desta sexta-feira (30). A publicação dedicou um caderno de 10 páginas para exaltar indicadores econômicos e sociais que tornam o Estado uma das mais bem-sucedidas e competitivas unidades da federação. Mas também elencou obstáculos a serem superados para que a economia e a sociedade catarinense continuem nos trilhos do desenvolvimento.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Blumenau e região por WhatsApp

Entre os pontos altos destacados, estão a menor taxa de desemprego do Brasil (3,8%), a maior expectativa de vida do país (80,7 anos), sexto maior Produto Interno Bruto (PIB, de R$ 455,6 bilhões), o terceiro maior índice de desenvolvimento humano (IDH) e a diversificação da economia de “minifúndios a indústrias de ponta”, com polos regionais bem definidos e estruturados. A publicação cita que Santa Catarina tem “indicadores invejáveis de bem-estar social e prosperidade”, mas que também está sujeita aos problemas, às crises e às contradições da realidade sulamericana.

A lista de desafios inclui os já conhecidos gargalos de infraestrutura logística – em especial a precariedade de várias rodovias –, o apagão de mão de obra especializada em diversos setores da indústria e a complexidade de se equilibrar as contas públicas. O governo catarinense diz projetar um déficit de até R$ 3 bilhões ao fim de 2023. Para arrumar as finanças, está em curso a elaboração de um programa de ajuste fiscal, com cortes também em despesas, redução de contratos e suspensão de nomeação de novos servidores, além de uma nova lógica para repasses de recursos via Plano 1000 e revisão de benefícios tributários.

O Valor também lembra que a saúde catarinense apresenta bons indicadores, mas alerta que o setor tem um déficit acumulado de R$ 550 milhões até fevereiro. A publicação cita ainda que há necessidade de mais recursos diante da alta demanda por atendimentos de internação e UTIs e que a cobertura vacinal contra a influenza está distante (50,15%) da meta (90%). No campo dos direitos humanos, há menção de uma intensificação, por parte do Ministério Público, no combate a células neonazistas identificadas no Estado. Prevenção e reação a desastres climáticos e ampliação da coleta de esgoto são outros exemplos de pontos a evoluir.

Continua depois da publicidade

Na esfera corporativa, a reportagem destaca cases de inovação e expansão de setores industriais tradicionais, como o têxtil – maior empregador do Estado –, moveleiro, carvão, cerâmico e pesca. O segmento tecnológico em si recebeu especial menção em uma análise sobre crescimento de operações de fusões e aquisições na área, mostrando a consistência de negócios desta natureza, em que pese a quantidade de vagas abertas por falta de profissionais qualificados. O Valor também reconhece a força do campo catarinense, que ocupa posição de destaque na produção e de venda de diversos itens agrícolas. É “um desempenho agropecuário impressionante”, segundo o texto.

Outros trechos da publicação citam a relevância da atividade portuária – desde 2000 o valor das exportações catarinenses cresceu 4,4 vezes –, as estratégias para a diversificação do turismo para além do verão e das praias, o reforço e a qualificação da rede hoteleira e o Parque Beto Carrero World, eleito o segundo melhor parque temático do mundo neste ano em ranking do TripAdvisor. Há menção ainda às discussões envolvendo a revisão do Plano Diretor de Florianópolis.

Como escreve o Valor, “Santa Catarina é um mosaico geográfico, multiétnico e econômico de perfil singular, que não cabe em definições simplistas como a de Europa brasileira”. De fato as peculiaridades de um estado tão diversificado vão bem além de uma reportagem de 10 páginas.

Fatores de sucesso e desafios de SC são destaques em reportagem nacional

Leia também

Você também pode gostar