Empresa de Pomerode pediu recuperação judicial em 2020 (Foto: Rafaela Martins, Arquivo NSC Total)
Uma das mais conhecidas empresas de moda de Santa Catarina tirou um grande peso das costas. A Cativa, de Pomerode, saiu da recuperação judicial. A decisão que colocou um ponto final no processo foi publicada no dia 12 de março pelo juiz Uziel Nunes de Oliveira, da Vara Regional de Falências, Recuperação Judicial e Extrajudicial de Jaraguá do Sul.
O despacho que encerra a supervisão judicial indica que as obrigações dispostas no plano de recuperação – documento com propostas para o pagamento das dívidas – estão sendo cumpridas, anotou o magistrado. O fim do processo tira da Cativa o incômodo carimbo de “empresa em recuperação judicial” e manda um recado ao mercado, de que a companhia está dando a volta por cima depois de enfrentar um cenário financeiro mais crítico.
“Assim, perfeitamente possível o encerramento da presente recuperação judicial, permanecendo com os credores o dever de fiscalização acerca do cumprimento das obrigações remanescentes previstas no plano”, escreveu o juiz na sentença.
Agora a administradora judicial da Cativa deve preparar um relatório, a ser apresentado à Justiça, com uma espécie de resumo de todo o processo. O advogado Pedro Cascaes Neto, que atuou no caso, avalia que a recuperação judicial atingiu o seu objetivo, que era permitir a reestruturação da empresa.
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— Com isso foi possível a manutenção de empregos, a produção de bens e geração de riqueza para a economia da região e a geração de tributos.
Veja quais são as empresas de SC que mais faturam
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Bunge Alimentos: a multinacional de capital holandês mantém a sede brasileira em Gaspar. Receita: R$ 78,5 bilhões (Foto: Jandyr Nascimento, NSC Total, BD)
BRF: empresa fruto da fusão entre Sadia e Perdigão, duas gigantes de alimentos. Receita: R$ 53,8 bilhões (Foto: Divulgação)
WEG: uma das maiores fabricantes de motores e equipamentos elétricos do mundo. Receita: R$ 29,9 bilhões (Foto: Leo Munhoz, NSC Total, BD)
Aurora: uma das maiores cooperativas de alimentos do Brasil e do mundo. Receita: R$ 20,4 bilhões (Foto: Sirli Freitas, NSC Total, BD)
Engie: gigante do setor de energia com origem francesa, que mantém sede no Brasil em Florianópolis. Receita: R$ 11,9 bilhões (Foto: Divulgação)
Grupo Pereira: supermercadista dono de bandeiras como Comper e Fort Atacadista. Receita: R$ 11,2 bilhões (Foto: Marcelo Pertile, Divulgação)
Whirlpool: multinacional fabricante de eletrodomésticos de linha branca, dona de marcas como Consul e Brastemp. Mantém sede no Brasil em Joinville. Receita: R$ 10,8 bilhões (Foto: Rodrigo Phillips, NSC Total, BD)
Havan: uma das maiores redes varejistas do Brasil, com foco em lojas de departamentos. Receita: R$ 10,5 bilhões (Foto: Divulgação)
Tupy: uma das maiores indústrias metalúrgicas da América Latina. Receita: R$ 10,1 bilhões (Foto: Divulgação)
Celesc: empresa de capital misto, controlada pelo governo de SC, responsável pela distribuição de energia no Estado. Receita: R$ 10 bilhões (Foto: Divulgação)
Cooperalfa: cooperativa de alimentos com origem no Oeste catarinense. Receita: R$ 8,4 bilhões (Foto: Divulgação)
Grupo Koch: supermercadista dono das bandeiras Koch e Komprão. Receita: R$ 6,4 bilhões (Foto: Luiz Junior, VP Social)
Tigre: fabricante de tubos e conexões. Receita: R$ 5,8 bilhões (Foto: Leo Munhoz, NSC Total, BD)
Coopercampos: cooperativa ligada ao agronegócio. Receita: R$ 4,28 bilhões (Foto: Divulgação)
Intelbras: fabricante de equipamentos de segurança, comunicação e energia. Receita: R$ 4,23 bilhões (Foto: Divulgação)
Eletrosul: subsidiária da Eletrobras, com sede em Florianópolis. Receita: R$ 3,65 bilhões (Foto: Mariana Eli, Divulgação)
Giassi: rede de supermercados. Receita: R$ 3,4 bilhões (Foto: Divulgação)
Angeloni: rede de supermercados. Receita: R$ 3,24 bilhões (Foto: Divulgação)
Ailos: central que reúne 13 cooperativas de crédito. Receita: R$ 3,13 bilhões (Foto: Pedro Machado, NSC Total, BD)
Clamed: grupo farmacêutico dono das marcas Drogaria Catarinense e Preço Popular. Receita: R$ 3 bilhões (Foto: Divulgação)
Tuper: outra grande empresa catarinense da metalurgia. Receita: R$ 2,7 bilhões (Foto: Divulgação)
A coluna já havia adiantado no início do último mês que a Cativa estava se preparando para pedir o fim da recuperação judicial. A empresa recorreu à Justiça em 2020, à época com dívidas de R$ 120 milhões, sustentando que vinha sofrendo com a crise no setor de vestuário e alto endividamento. Um ano depois, protocolou o plano de recuperação.
Prevista em lei, a recuperação judicial é uma tentativa de evitar a falência a partir de uma reestruturação do negócio e das dívidas, mantendo a geração de empregos e a arrecadação de impostos. O trabalho inclui um amplo pente-fino para identificar oportunidades para reduzir despesas e tornar a operação mais eficiente nas áreas administrativa, financeira e de vendas.