A falta de mão de obra preocupa mais os empresários do ramo de tecnologia do que a turbulência política e econômica do país, mostra uma pesquisa elaborada pela consultoria Advance apresentada na última semana no Instituto Gene, em Blumenau. De uma lista de 12 variáveis externas com potencial para afetar os negócios, a ausência de pessoal capacitado foi mencionada por 30% dos entrevistados. Outros 26% citaram a insegurança, afetada, além pelo cenário macro, também por questões jurídicas, fiscais e trabalhistas. Concorrência acirrada com práticas agressivas e carga tributária aparecem empatadas na terceira posição, com 11% cada.
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Quanto aos desafios internos, 35% disseram que o principal ponto de preocupação é a baixa eficiência em vendas. Na segunda posição, com 27%, aparece outro item relacionado a recursos humanos: a dificuldade em atrair e reter talentos. Na sequência está a ausência de processos ou a necessidade de ajustá-los, com 15%.
Os resultados não surpreendem quem está na área. Coordenador do Entra21, Sergio Tomio diz que o programa ajuda a suprir parte dessa carência, colocando jovens em contato com o mercado de informática por meio de aulas gratuitas, mas que ainda assim há grande demanda por necessidades específicas na maior parte das empresas – e isso ocorre pelo fato de o segmento seguir em franco crescimento, mesmo com a economia ainda ruim. Não é por acaso que muitas delas têm apostado em formação dentro de casa, às vezes até mesmo com cursos gratuitos e que remuneram os participantes.
Aliás
A Senior é uma das empresas da região que sofre com esse problema – são 100 vagas em aberto no Estado. Por isso, inicia no final de agosto a segunda edição do Dev na Prática, um curso que vai abordar as principais tendências da área de desenvolvimento tecnológico. Serão 70 horas de duração, com aulas aos sábados das 8h às 16h. Na edição do ano passado, 7 dos 25 alunos acabaram contratados pela companhia. Informações: bit.ly/devpratica.
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