O parque fabril da Cia. Hering começou a ser usado para produção de peças de roupa de outras marcas do Grupo Soma, varejista que comprou a centenária companhia em 2021. Um projeto inicial inclui itens das grifes Farm e Foxton, que chegaram às lojas neste mês. As informações são de reportagem da revista Exame publicada nesta sexta-feira (26).
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A Hering tem unidades de produção em Goianésia (GO) e São Luís de Montes Belos (GO), além de outras duas em Blumenau. Os impactos dessa decisão nas operações catarinenses ainda são avaliados.
À Exame, o diretor de Operações do Grupo Soma, Gustavo Fonseca, revelou que o plano para 2024 é produzir 117 mil peças da Farm e da Foxton dentro da indústria da Hering. O volume ainda é irrisório, já que o parque fabril da companhia chega a fazer 100 mil peças por dia. A ideia, no entanto, é ir crescendo aos poucos e escalar a produção de itens de malha para as demais marcas do grupo.
Por enquanto, esse movimento “ataca” peças mais básicas, como camisetas e regatas. Itens de produção mais complexa, de marcas como Animale, NV e Cris Barros, precisariam de adaptações. Mas, segundo Fonseca disse à Exame, ainda assim elas serão mais baratas do que mandar fazer fora.
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Esta espécie de piloto, ainda conforme informações da publicação, mostrou uma redução de custos de 20%. É esse tipo de ganho com sinergias que o Soma vislumbrou quando negociou a aquisição da Hering e sua expertise industrial e que agora a Arezzo também pretende explorar a partir da fusão dos negócios entre as duas companhias.
Nos últimos anos, o Soma promoveu uma ampla reestruração na operação da Hering, reduzindo, segundo a reportagem, problemas como ruptura em itens de alto giro, atraso na entrega de produtos para as lojas próprias (a média caiu de 28 para 10 dias) e capacidade abaixo do esperado de atender aos franqueados.
Para dessa movimentação incluiu a desativação, em maio passado, de uma planta em Paraúna (GO), responsável por parte do processo de talharia. As atividades foram redistribuídas para as demais fábricas da Hering. No balanço financeiro de 2023, o Soma alega que esse movimento resultou em corte de despesas fixas, ganhos com eficiência e melhora no lead-time (tempo entre recebimento do pedido e entrega).
Hoje as fábricas da Hering ainda têm capacidade para absorver um volume de pedidos até 30% maior. Ou seja, há espaço para atender outros clientes, a começar por marcas do próprio grupo – diminuindo custos diretos da própria companhia. Não está descartada a possibilidade, no futuro, até mesmo de produção de peças para terceiros, conforma a reportagem.
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