Um som inconfudível que ecoa há quase um século. Fica em Blumenau a única empresa de toda a América Latina que ainda produz gaitas de boca harmônicas. A história das Gaitas Hering começou em 1923 pelas mãos de operários da indústria e completou 99 anos na última quinta-feira (4) graças à insistência de várias gerações.
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Um dos abnegados que persistem em manter viva a produção do instrumento musical é Horst Schreiber. De ex-funcionário com mais de 45 anos de experiência no ramo, ele virou dono da empresa em 2017.
— Como eu não queria que isso acabasse, surgiu a oportunidade de cinco anos atrás de adquirir ela. Compramos e estamos tocando — conta.
Como funciona a produção das gaitas
Fabricar uma gaita é uma arte. Não existem máquinas específicas no mercado para isso. Quase tudo que é usado dentro da empresa, principalmente da parte de ferramentaria, foi criado pelos próprios funcionários.
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A produção, que há quase 100 anos é manual e conta com pouco menos de 20 funcionários, funciona como uma orquestra. Das palhetas até a capa, cada etapa completa a outra. Os ouvidos pouco acostumados podem até não perceber, mas quem é do ramo sabe bem quando não existe harmonia. Por isso cada gaita é testada e afinada pelo menos três vezes antes de ser embalada.
Hoje a empresa fabrica mais de 60 tipos de gaita. São diferentes formatos, tamanhos e cores, para todo tipo de gaiteiro. Além de abastecer lojas de todo o Brasil, os instrumentos também são exportados para a América Latina e Europa, incluindo países como França, Suíça e Suécia. Segundo Schreiber, há negociações em curso para vendas na Alemanha e na Holanda.

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