É possível reaproveitar 100% do lixo produzido dentro de uma fábrica? Em Pomerode a Nugali, premiada marca de chocolates premium, provou que é possível pelo menos chegar muito perto disso: ela acaba de se tornar a primeira indústria do país a receber do Instituto Lixo Zero Brasil um certificado atestando que 99,9% dos resíduos emitidos na produção ganham um destino sustentável e não vão parar em aterros sanitários.
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O mesmo índice de 99,9% até hoje só foi alcançado, no Brasil, por um centro de distribuição de peças da Volkswagen em Vinhedo (SP). Como indústria, que lida com matérias-primas e costuma ter processos mais complexos, a Nugali é a primeira a se aproximar tanto da nota máximo do “lixo zero”.
— Falta só o papel sanitário — diz Ivan Blumenschein, diretor da Nugali, reconhecendo que, neste caso, o reaproveitamento é quase impossível.
A Nugali já tem essa mesma certificação desde 2020. Há quatro anos, pouco mais de 98% dos resíduos da fábrica já eram reaproveitados, reciclados e compostados. O Instituto Lixo concede o selo para empresas que atingem pelo menos 90%.
Na fábrica em Pomerode, cascas das amêndoas de cacau viraram adubo para plantas e linhas de chocolates são embaladas com materiais 100% biodegradáveis, que se decompõem em menos de dois anos. Nas lojas da marca, as sacolas de plástico foram trocadas por um bioplástico compostável feito com amido de milho.
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— Dá trabalho? Claro que dá. Tem que mudar processo? Claro que sim. Eu entendo que nem todo mundo esteja disposto a fazer isso. Mas é uma demonstração que dá para fazer — diz Blumenschein.
As ações de sustentabilidade já renderam à Nugali, em 2022, o Prêmio Nacional de Inovação, concedido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O desafio agora, segundo o diretor, é manter a régua elevada, considerando que a empresa vem crescendo em média 10% ao ano – e uma fábrica cada vez maior tem mais processos que precisam ser vistos com lupa.
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