A Cristal Blumenau teve a falência decretada pela Justiça. A sentença foi proferida no dia 31 de janeiro pelo juiz Wagner Luis Boing, da 5ª Vara Cível da Comarca de Blumenau. A empresa já estava sem operar há praticamente três anos. Em novembro de 2018, teve o pedido de recuperação judicial negado por não apresentar todos os documentos necessários para a análise do pleito.

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O pedido de falência foi feito por um fundo de investimento em direitos creditórios, que cobrava o pagamento de dívidas da empresa. A Cristal Blumenau até tentou argumentar que passava por dificuldades financeiras, mas não conseguiu evitar o que já parecia ser o seu destino há bastante tempo.

Na mesma decisão, o juiz nomeou uma administradora judicial para dar sequência ao processo de falência. À coluna, a profissional disse que ainda não tinha sido notificada da intimação. O magistrado também determinou que a Cristal Blumenau apresente a relação de credores – pessoas e empresas que têm direito a receber da empresa.

Procurada, a direção da Cristal Blumenau disse que não vai comentar o assunto.

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A trajetória

A Cristal Blumenau surgiu em 1967 e inicialmente se chamava Cristais Estrela D’Alva – o novo nome foi adotado em 1972. Depois de anos dourados, sobretudo na década de 1980, quando recebia a visita de clientes de todo o Brasil, a empresa, assim como todo o setor de cristais, sentiu os efeitos da abertura do mercado. A chegada ao país de copos e taças importados de vidro, mais baratos, altos custos de produção e carga tributária elevada pesaram contra.

A empresa chegou a anunciar o encerramento das atividades e a encaminhar um pedido de autofalência no início de 2018, depois de já ter cogitado a medida outras vezes. Na época, a Cristal Blumenau já tinha dificuldades para pagar em dia os cerca de 150 funcionários. Uma nova diretoria, no entanto, tomou posse para tentar resgatar o negócio.

A loja de fábrica chegou a ser reaberta e a produção foi retomada em abril daquele ano, mas não durou muito tempo. Alguns meses depois, em outubro, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, que foi negado pela Justiça.

Com a falência, a Cristal Blumenau segue o mesmo caminho de outras empresas do ramo, como a Strauss, que tinha 200 funcionários e fechou as portas em 2016. Antes, em 2009, a Cristais Hering também já havia encerrado as atividades, à época com 180 funcionários.

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Sem elas, restam empresas como Mozart e Di Murano, que seguem na ativa preservando a arte da lapidação artesanal do cristal.

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