Catástrofe é a maior já registrada em território gaúcho (Foto: Gustavo Maciel Keller, CBMSC, Divulgação)
As chuvas que castigam o Rio Grande do Sul já afetaram 94,3% da atividade econômica do Estado, segundo um levantamento preliminar da Fiergs, a federação das indústrias local. Ainda sem mencionar números, a entidade alerta que “muitos postos de trabalho serão fechados” como “consequência inevitável do caos” que se instalou em solo gaúcho.
A estimativa considera o fato de a tragédia ter atingido 447 cidades, o equivalente a 90% do território gaúcho. Os locais mais impactados incluem os principais polos industriais.
Todas as regiões gaúchas sofrem as consequências de alguma maneira. Com isso, setores como metalmecânico, móveis, derivados de petróleo e alimentos, calçados, alimentos e químicos, entre outros, são afetados pela maior catástrofe climática da história gaúcha.
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Segundo a Fiergs, diversas empresas tiveram suas dependências completamente comprometidas e as perdas econômicas ainda são inestimáveis. A entidade cita “danos gigantescos de capital” e problemas logísticos que atingem de forma significativa todas as cadeias econômicas do Estado.
“Em boa parte dos casos, não será apenas necessário realizar o trabalho de desobstrução, mas de reconstrução de estradas, pontes, vias férreas e até mesmo o principal aeroporto do Estado está com suas instalações comprometidas”, cita um trecho do estudo.
Além da atividade produtiva, a catástrofe compromete exportações e arrecadação de tributos. Para a Fiergs, é “evidente o potencial impacto avassalador” das inundações na economia gaúcha.
A entidade observa, ainda, que os efeitos ainda estão em curso e que os números já apresentados representam apenas “uma parte do quadro potencial completo”.
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Os principais desastres naturais do país
Região Serrana do Rio de Janeiro, 2011: fortes chuvas nas cidades de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis deixaram 918 mortes, mais de 300 desaparecidos e 35 mil pessoas perderam suas casas, segundo cálculos das prefeituras (Foto: Arquivo Agência Brasil)
Caraguatatuba, 1967: Um deslizamento provocado após vários dias de chuva intensa em Caraguatatuba, no litoral paulista, resultou na morte de 450 a 500 pessoas — não há um número oficial (Foto: Acervo Fundação Cultural de Caraguatatuba)
Petrópolis (RJ), 2022: Onze anos depois, a cidade de Petrópolis sofreu novo desastre natural com fortes chuvas e deslizamentos em série que deixaram 235 mortos e afetou 330 mil pessoas (Foto: Tomaz Silva, Agência Brasil)
Rio de Janeiro, 1967: Outro episódio com grande número de mortes envolvendo chuvas no Rio de Janeiro ocorreu no bairro Laranjeiras, em 1967. Fortes chuvas causaram desabamento de uma casa e dois edifícios, deixando cerca de 200 mortos (Foto: YouTube, Reprodução)
Recife (PE), 1966: Considerada a maior tragédia natural de Pernambuco, as chuvas que causaram a alta do Rio Capibaribe resultaram em 175 mortes na capital do Estado (Foto: Acervo Gisela Vieira de Melo Monteiro)
Rio Grande do Sul, 2024: As enchentes de abril e maio de 2024 já provocaram 147 mortes e deixaram 127 desaparecidos, segundo dados até 13 de maio. As cheias no Vale do Taquari, Serra e região de Porto Alegre afetaram 2,1 milhões de pessoas (Foto: CBM-SC, Divulgação)
Região metropolitana do Rio de Janeiro, 2010: Fortes chuvas que atingiram a região metropolitana do Rio de Janeiro em abril de 2010 terminaram com saldo de ao menos 138 mortes na capital, em Niterói, São Gonçalo e outras cidades próximas (Foto: TV Globo, Reprodução)
Vale do Itajaí, 2008: maior tragédia climática de SC, a calamidade de novembro de 2008 registrou oficialmente 135 mortes e atingiu 2 milhões de pessoas, com deslizamentos severos e casas destruídas em cidades como Blumenau, Gaspar e Ilhota (Foto: Arquivo NSC)
Pernambuco, 2022: Fortes chuvas e deslizamentos que derrubaram casas deixaram 133 mortos na capital Recife e em cidades vizinhas, como Olinda e Jaboatão dos Guararapes (Foto: Diego Nigro, prefeitura de Recife)
Minas Gerais, 2020: A capital Belo Horizonte e outras cidades de Minas Gerais registraram o mês mais chuvoso da história, com mais de 320 milímetros em três dias, resultando na morte de 74 pessoas em 33 cidades (Foto: Gil Leonardi Imprensa MG)
São Sebastião (SP), 2023: as chuvas registradas na cidade do litoral paulista tiveram o maior acumulado registrado no país, com 682 milímetros em 24 horas. O resultado foram 65 mortes e mais de 600 deslizamentos (Foto: Rovena Rosa, Agência Brasil)