Além de acirrada, a corrida pela vacina contra a Covid-19 em Blumenau está exigindo agilidade e alguma sorte de quem busca um lugar na fila. Com doses chegando a conta-gotas na cidade, virou praticamente uma loteria conseguir agendar vagas para idosos receberem a imunização.
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Na quinta-feira (4) da semana passada a prefeitura abriu agenda para 800 doses destinadas a pessoas com mais de 80 anos. Não durou nem 30 minutos. Na quinta-feira (11) desta semana, outras 600 vagas foram abertas para idosos entre 80 e 84 anos. A fila foi preenchida em três horas.
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Foi assim novamente na manhã desta sexta-feira (12). Após a chegada de uma nova carga da CoronaVac nesta semana, a prefeitura abriu novo agendamento, desta vez disponibilizando 700 doses para idosos entre 75 e 79 anos. Todas foram reservadas em cerca de 30 minutos. Com a faixa etária diminuindo, a disputa pela vacina só aumenta.
Há três caminhos para fazer o agendamento: o site da prefeitura de Blumenau, o aplicativo Pronto Mobile ou o Alô Saúde, no telefone 156 (opção 2). Na maioria dos casos, a missão de garantir uma dose para os idosos fica a cargo de filhos, netos ou parentes mais jovens, geralmente mais afeitos à tecnologia. Já tem gente de plantão aguardando novas chamadas, que dependem de novas remessas – que ainda não têm prazo para chegar.
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O descasamento entre oferta (pouca) e demanda (muita), que ainda é um problema global, provoca frustrações. Nas redes sociais são comuns relatos de gente reclamando que não conseguiu vaga, que faltou atendimento pelo telefone ou que o sistema online travou ou ficou fora do ar. A prefeitura diz que trabalha para aumentar a capacidade de suporte.
Nas faixas etárias complementadas atualmente, vacina-se quem chega primeiro na fila. Perguntei à vice-prefeita Maria Regina Soar, coordenadora do Plano Municipal de Imunização, se o município poderia adotar algum critério ou filtro dentro desse público-alvo – como, por exemplo, privilegiar entre os idosos aqueles que têm outras comorbidades que podem ser agravantes num quadro de doença.
— É difícil, com essa quantidade (pequena) que vem, a gente fazer esse tipo de seleção — respondeu.
Segundo Maria Regina, o que o município está fazendo é reservar parte de cada remessa para pessoas acamadas e cadeirantes, que têm mais dificuldade de locomoção. Nestes casos, equipes de saúde vão até as casas das pessoas aplicar as vacinas.
A escassez de doses tem feito prefeituras buscarem alternativas para a compra de vacinas. Blumenau, por exemplo, reservou R$ 12 milhões no orçamento deste ano para este fim e aderiu a um consórcio nacional – movimento aprovado nesta quinta-feira pela Câmara de Vereadores – que prevê a compra do imunizante e de outros insumos para o enfrentamento à doença.
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Há negociações com a vacina russa Sputnik V, mas a aquisição direta ainda é marcada por incertezas sobre a viabilidade. De resto, é esperar. E ter paciência.
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