Sempre que motoristas e cobradores de ônibus de Blumenau decidem paralisar as atividades, integralmente ou de forma parcial, como ocorreu na manhã desta quarta-feira (26), a questão vem à tona: por que a categoria não circula com catraca livre? Muitos usuários acreditam que essa seria uma maneira de se manifestar sem prejudicar a população que depende dos coletivos. Alguns também sustentam que fazer a Blumob “sentir no bolso” seria um mecanismo mais eficiente de pressão.
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Há alguns motivos para que isso não aconteça. A começar pelo fato de os ônibus serem propriedade privada, já que eles pertencem à empresa concessionária. Rodar sem cobrança de tarifa poderia ser considerado uma espécie de sequestro de bens, o que traria consequências jurídicas mais graves para o sindicato. A entidade, que sabe disso, alega que dependeria ou de aprovação judicial ou da prefeitura para implantar a catraca livre, e já disse que adotaria a medida se tivesse aval.
A prefeitura, por outro lado, tratou a alternativa como “demagogia” em nota oficial divulgada na noite de terça-feira (25), alegando que os usuários teriam de pagar a conta. Não existe uma lei municipal que impeça a catraca livre, mas ela representaria, para a empresa concessionária, abrir mão de receita. Os gastos com combustível e manutenção dos veículos sem a remuneração, por exemplo, seriam considerados no processo anual de revisão tarifária — que ocorre sempre em dezembro. Na prática esses valores seriam compensados lá na frente, possivelmente com impacto maior no aumento da passagem.
Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes, o sistema roda hoje cerca de 48 mil quilômetros por dia, com custo médio de R$ 4,85 por quilômetro percorrido. Um dia normal inteiro de catraca livre resultaria em uma renúncia de receita de R$ 232,8 mil.
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