A temporada de divulgação de balanços financeiros de 2022 terminou com saldo positivo para as empresas catarinenses que negociam ações na bolsa de valores brasileira, ao menos no que diz respeito ao faturamento. Um grupo de cerca de 20 companhias do Estado listadas na B3 acumulou receita líquida de R$ 133,3 bilhões no último ano, alta de 14% frente a 2021. Em números absolutos, essas companhias ampliaram as vendas em pouco mais de R$ 16,5 bilhões.

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Por outro lado, o lucro líquido somado destas empresas, que é basicamente o que sobra após o pagamento de despesas e impostos, encolheu 20,5%, de R$ 8 bilhões para R$ 6,3 bilhões. Este resultado foi influenciado principalmente pela BRF. A companhia, fruto de uma fusão entre Perdigão e Sadia, acumulou um prejuízo de R$ 3,1 bilhões em 2022, revertendo um desempenho positivo em R$ 437 milhões do exercício anterior.

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As catarinenses na Bolsa são de setores variados da economia. A lista inclui alimentos, energia, construção civil, metalurgia, metalmecânico, têxtil, tecnologia e telecomunicações, cada qual com as particularidades de mercado.

Em muitos casos, os lucros não acompanharam a evolução da receita. Uma das explicações mais apontadas por analistas para justificar esse descompasso é a inflação. A pressão de custos impacta no preço das vendas, elevando o faturamento. Ao mesmo tempo, força as empresas a reduzirem as margens para se manterem competitivas, o que se reflete no menor lucro.

Da relação de empresas do Estado na Bolsa, metade delas acumulou receita líquida superior a R$ 1 bilhão em 2022. A coluna apurou os dados a partir das demonstrações financeiras divulgadas pelas próprias companhias. E optou por incluir, dada a relevância da companhia para os catarinenses, a Cia. Hering na lista mesmo depois de a centenária têxtil ter deixado de negociar ações – fato que ocorreu após a incorporação pelo Grupo Soma.

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