Circula nos bastidores do trade turístico de Blumenau a ideia de que a prefeitura deveria adiar a Oktoberfest deste ano, se ela acontecer, de outubro para novembro. Seria uma tentativa de ganhar tempo para promover a festa com mais segurança. Com remessas mais regulares de vacinas chegando à cidade – inclusive da Janssen, que exige dose única – e a campanha de imunização avançando, um mês a mais, entendem os adeptos, poderia fazer uma diferença significativa no cenário de pandemia.

Continua depois da publicidade

> Receba notícias de Blumenau e do Vale pelo WhatsApp

Representantes das cervejarias artesanais locais, que serão as únicas a participar caso o evento aconteça – já que a Eisenbahn desistiu –, estão entre os defensores do adiamento. Mas assim como o público em geral, não há consenso mesmo entre empresários de que a Oktoberfest deva acontecer em 2021. Apesar da saudade e do reconhecimento da importância econômica da festa, que injeta R$ 240 milhões em vários setores e gera 6 mil empregos, há quem pense que ainda não é hora.

Do principal mercado do país surge outro fator que pressiona Blumenau a tomar uma decisão. A Oktoberfest de São Paulo, que estava inicialmente prevista para acontecer entre os dias 16 de setembro e 3 de outubro, foi adiada. Agora está marcada para começar no dia 25 de novembro. Por lá, a festa será um dos 30 eventos-teste anunciados na quarta-feira (7) pela prefeitura – a lista inclui ainda shows, a Campus Party e o GP Brasil de Fórmula 1.

Além de todos os protocolos sanitários já conhecidos, a ideia do governo paulistano nesses eventos é exigir vacinação e testagem dos participantes e monitorá-los após a realização. Há quem defenda que Blumenau deveria seguir caminho semelhante para não enfraquecer a referência quando o assunto é Oktoberfest.

Continua depois da publicidade

Claro, existem muitas outras coisas em jogo. As incertezas da pandemia são o principal entrave, mas há também o receio de patrocinadores associarem a marca a um evento que pode gerar riscos aos participantes e o fato de a gestão municipal parecer não estar disposta a abrir mão do status alcançado em um estudo que apontou que Blumenau é uma das cidades com a menor taxa de mortalidade da Covid-19 no país.

Adiar não está no radar, diz secretário

Não houve pedido formal para o adiamento da Oktoberfest Blumenau, mas a sugestão já chegou aos ouvidos do secretário de Turismo e Lazer, Marcelo Greuel. À coluna, nesta sexta-feira (9), ele disse não ser impossível, mas ressaltou que prorrogar a programação é algo que não está no radar e que a realização da Oktoberfest em São Paulo em nada afeta a versão local.

Greuel voltou a falar que a imprevisibilidade é a principal barreira. Embora os trâmites de preparação do evento sigam seu curso normalmente, são os dados da saúde que vão dizer se a Oktoberfest vai acontecer ou não.

— O turismo precisa de segurança, e não temos previsibilidade do que vai acontecer — diz, ressaltando a complexidade da decisão.

Continua depois da publicidade

A decisão final caberá ao prefeito Mário Hildebrandt (Podemos). Como a organização tem reiterado que o martelo será batido no mais tardar na metade de julho, há a expectativa de que a definição aconteça na semana que vem. O que se sabe é que o evento, se acontecer, será bem diferente do que o habitual, sem aglomerações, acesso restrito e reservas de mesas.

Leia também​​

Morador de Blumenau apoia o turismo, mas teme que visitantes aumentem risco da Covid-19

Blumenau sente falta da Oktoberfest? Uma pesquisa da Furb tentou descobrir​

Eisenbahn desiste da Oktoberfest Blumenau​​​

Sem Eisenbahn, cervejarias do Vale veem espaço para crescer na Oktoberfest Blumenau

​​​​​​Receba notícias e análises do colunista Pedro Machado sobre economia, negócios e o cotidiano de Blumenau e região pelo WhatsApp ou Telegram