As principais entidades representativas do setor empresarial de Santa Catarina são unânimes na condenação aos bloqueios antidemocráticos nas rodovias. Ao mesmo tempo, evitam, pelo menos até o momento, cobranças diretas às instituições de segurança, ao governo federal e ao presidente Jair Bolsonaro (PL) por medidas mais concretas para a liberação imediata das estradas.
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Em notas oficiais, federações da indústria (Fiesc), comércio (Fecomércio-SC), transporte de cargas e logística (Fetrancesc) e associações empresariais (Facisc) alertam para os prejuízos provocados pelo fechamento de rodovias. Falam em interrupção do abastecimento de alimentos, medicamentos, combustíveis, suprimentos para hospitais e insumos básicos para a indústria. O desarranjo na economia é evidente e já provoca impactos severos no dia a dia de fábricas e consumidores.
Por outro lado, o PIB do Estado prefere não se indispor abertamente com um governo apoiado massivamente pelos catarinenses. O posicionamento aparentemente apartidário, com ênfase na defesa dos inegociáveis direitos de expressão e de livre iniciativa mas sem cercear o ir e vir, tem muito viés institucional, mas pouco prático. Sem apontar a quem cabe a responsabilidade de resolver a situação, as cobranças não têm força.
Bolsonaro falou à nação na terça-feira (1º) após quase 48 horas de silêncio. No breve discurso, disse que os métodos utilizados por apoiadores inconformados com o resultado das eleições de domingo “não podem ser os da esquerda”. Mas também não pediu para que os manifestantes se recolhessem e seguissem a vida.
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É o presidente da República quem tem mais autoridade para colocar um ponto final na baderna. Não cobrá-lo por isso, ou cobrar de forma tão tímida, passa a ideia de conivência com ela.
O que disseram as entidades
Fiesc
A FIESC manifesta a sua preocupação com o momento que vivenciamos. Entendemos que o Brasil precisa buscar uma conciliação nacional. Reiterando o nosso compromisso com a livre iniciativa e com o direito de expressão e de manifestação, entendemos que devem ser preservados o direto das pessoas de ir e vir e das empresas de escoar a produção e de garantir matéria-prima. O bom-senso deve prevalecer.
Fecomércio-SC
A Diretoria da Fecomércio SC vem a público manifestar profunda preocupação com a série de desabastecimentos em Santa Catarina por conta dos bloqueios de rodovias federais e estaduais, que estão provocando prejuízos às empresas e danos à saúde e o bem-estar dos catarinenses.
Santa Catarina é um estado estratégico na circulação de mercadorias e serviços, e não podemos ficar à mercê da insegurança que este momento tem causado.
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A entidade é defensora incondicional do direito de manifestação e liberdade de expressão, mas entende que esses jamais podem ser dissociados da liberdade econômica e de circulação de mercadorias, serviços e pessoas.
Facisc
A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) vem a público lamentar a forma como estão sendo feitas as manifestações que impedem o trânsito livre e trazem enormes prejuízos ao Brasil e a Santa Catarina. O bloqueio das estradas é inaceitável, prejudica toda a nação e não condiz com o estado democrático no qual vivemos. A entidade reprova qualquer tipo de bloqueio.
A Facisc espera a total liberação das vias para garantir o abastecimento das cidades, o fluxo da economia e que o direito de ir dos cidadãos seja garantido.
O respeito aos resultados das eleições e à escolha da maioria é imprescindível para que nosso país continue a crescer e se desenvolver, para que possamos seguir como a grande nação que somos.
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A Facisc reforça o direito à liberdade garantido por lei a todo o cidadão. Destaca o direito à liberdade de expressão e à liberdade de ir e vir, que unidos ao princípio de liberdade econômica, formam um pilar importante da nossa democracia.
Fetrancesc
A Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina, juntamente com os sindicatos filiados que compõem o Sistema Fetrancesc, vem, por meio desta, reconhecer o direito à livre manifestação nos termos da lei.
Contudo, tais manifestações, trazem em paralelo os bloqueios em rodovias e impedem o tráfego também de caminhões responsáveis pela garantia do abastecimento, sobretudo aqueles que transportam os insumos básicos, a exemplo de alimentos, medicamentos, combustíveis e suprimentos para hospitais.
Neste sentido, enquanto entidade representativa de mais de 20 mil empresas do Transporte Rodoviário de Cargas em Santa Catarina, responsáveis pelo emprego de mais de 90 mil colaboradores e ciente de sua responsabilidade com o cidadão catarinense, o Sistema Fetrancesc reprova atos de bloqueios e impedimentos do tráfego de quaisquer veículos.
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Ainda cientes de sua responsabilidade social, as empresas do Transporte Rodoviário de Cargas de Santa Catarina informam que não integram quaisquer movimentos de bloqueios de rodovias e pretendem manter suas atividades normalmente.
Para que isso ocorra, a entidade necessita a garantia da segurança dos motoristas e colaboradores do setor no exercício desta atividade fundamental. É imprescindível que haja a liberação das rodovias para que ocorra o tráfego normal de veículos.
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