Uma inédita fábrica de prédios que será inaugurada em Cascavel (PR) em fevereiro pode ganhar uma “filial” em Santa Catarina. Idealizador do projeto, chamado Ecoparque, o empresário Francisco Simeão tem interesse em replicar estruturas semelhantes por todo o Brasil. E o Estado é um dos mercados mapeados.

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Em Cascavel, a fábrica, que é automatizada e já opera com capacidade mínima, ocupa uma área de 180 mil metros quadrados e produz pré-moldados. Paredes, lajes, escadas e banheiros saem prontos, já com as partes elétrica e hidráulica, para serem montados como uma espécie de Lego em canteiros de obras em um raio de até 300 quilômetros.

A planta usa tecnologia de uma empresa alemã e tem capacidade para fabricar 20 prédios de 15 andares, totalizando 2,4 mil apartamentos de padrão classe média, a cada seis meses, diz Simeão. A ideia é que as unidades, inclusive, sejam entregues mobiliadas. Totalmente privado, o projeto já recebeu investimentos de R$ 200 milhões.

Ex-secretário da Indústria e Comércio do Paraná, Simeão diz ter um plano ousado, que segundo ele tem potencial para revolucionar o acesso à habitação. A produção de apartamentos prontos em larga escala ajudaria a baratear o preço dos imóveis, facilitando o sonho da casa própria.

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Fábrica em Cascavel: unidade será oficialmente inaugurada em fevereiro (Foto: Divulgação)

A meta é instalar 20 fábricas em 12 estados do Brasil ao longo dos próximos 10 anos. Em Santa Catarina, o primeiro passo já foi dado. À coluna, Simeão revelou que já teve uma conversa inicial com a Secretaria da Fazenda.

Contatos também já foram feitos com a prefeitura de Chapecó. Além disso, o grupo investidor é dono de uma área de 700 mil metros quadrados às margens da BR-101, em Balneário Piçarras, um potencial local para a implantação do projeto.

— É um lugar geograficamente interessante para montar a fábrica — conta.

Pilar social

A fábrica de prédios, no entanto, é só um dos pilares de uma proposta mais abrangente. O plano em Cascavel inclui a criação, logo ao lado, de um bairro planejado, com serviços básicos de educação e saúde e praça de comércio e serviços. Ele será “ocupado” com os apartamentos produzidos, que serão vendidos por preços abaixo do mercado, segundo Simeão.

O que mais entusiasma o empresário, no entanto, é o braço social do negócio. A ideia é que esses condomínios planejados tenham escolas públicas com alfabetização bilíngue (português e inglês), atividades em tempo integral, programações que estimulem a cidadania e planos de metas para os educadores.

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— Idealizamos a escola fundamental para formar a base que o Brasil não tem — diz Simeão.

Para isso, segundo ele, prefeitos e governadores precisariam abraçar o projeto para torná-lo viável. O Ecoparque entraria com a ajuda na formatação da governança, mas o custeio das unidades continuaria sob responsabilidade pública.

— Podemos escolher terrenos em outros municípios. Vai depender do interesse do prefeito e do governador — acrescenta o empresário, que garante que a implantação do projeto como um todo não depende de subsídio ou financiamento público.

Vídeo explica conceito do projeto

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