Sem alarde, uma conhecida empresa de moda de Blumenau promoveu mudanças profundas no modelo de negócio. A Von der Volke reviu o planejamento estratégico e decidiu licenciar a marca própria. A parceira escolhida foi a também blumenauense SVK Confecções, que passou a concentrar a maior parte da produção da grife, hoje entre 20 e 25 mil peças por mês.

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— Estamos licenciando algumas linhas de produtos com a SVK, e algumas linhas ainda mantemos com outros fornecedores, mas agora no modelo de industrialização — explica o diretor financeiro Cezar Cim Filho.

O movimento tem relação com redução de custos e busca por eficiência operacional. Desde que foi fundada, a Von der Volke sempre terceirizou a produção de suas linhas de produtos, contando algumas vezes com mais de 20 fornecedores. Mas o modelo de private label trouxe pontos negativos, como uma tributação mais elevada, alta necessidade de capital de giro e a necessidade de alinhamento com muitos parceiros, lembra o executivo:

— Ano passado, quando revisitamos nosso planejamento estratégico, percebemos que o que antes era uma força passou a ser uma fraqueza frente ao aumento de matéria-prima e redução das margens de contribuição.

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A saída foi ir ao mercado em busca de um parceiro com parque fabril e marca próprios, e que fosse capaz de entender “as dores” do negócio. Conversas preliminares, segundo Cim Filho, apontaram que o licenciamento da marca para uma empresa que já tem esse know-how seria uma mudança saudável para a operação.

Com a mudança de modelo, o custo da produção passou a ser arcado pelo parceiro, que paga royalties sobre o valor faturado. A estratégia também permitiu à Von der Volke alterar o enquadramento tributário, com um regime de tratamento diferenciado (TTD) que reduziu a carga de impostos. Houve ganhos também no enxugamento da operação logística

Parte dessa reestruturação incluiu ainda a troca de uma grande sede na Rua República Argentina para uma sala menor no Edifício Bauhaus, na Alameda. Como em quase todas as mudanças de rota no mundo corporativo, no entanto, a Van der Volke não se viu livre dos ônus. O quadro de funcionários foi diminuído de 55 para 33 pessoas. Para Cim Filho, apesar das dores, as mudanças trazem perspectivas positivas para 2023.

— Reduzimos drasticamente nosso custo fixo (aluguel e folha de pagamento), nos tornando uma empresa mais enxuta, leve, rápida e de alta performance, focando no que sabemos fazer de melhor, desenvolvimento de coleções e gestão comercial.

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Empresa têxtil de Blumenau muda modelo de negócio e decide licenciar marca

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