Colaboradores receberam envelopes com um jogo da loteria (Foto: Divulgação)
Todo fim de ano a história se repete: a bolada prometida pela Mega-Sena da Virada mexe com o imaginário popular e motiva bolões entre familiares, amigos e colegas de trabalho que sonham em ficar milionários da noite para o dia. Em Santa Catarina, uma das maiores indústrias têxteis do país decidiu entrar no clima de expectativa pelo prêmio estimado em R$ 600 milhões com uma ação no mínimo inusitada.
A Karsten distribuiu bilhetes individuais da loteria a cada um dos seus 2,8 mil funcionários, espalhados por unidades em Blumenau, Ibirama e Gaspar, além da rede de lojas da empresa que cobre estados das regiões Sul e Sudeste. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra a reação de um misto de surpresa e alegria dos colaboradores ao receberem um envelope com o jogo.
“Nada como alimentar a esperança de realizar um grande sonho e começar o ano novo com muita sorte”, postou a companhia.
O presidente da Karsten, Márcio Bertoldi, disse que a ideia partiu de Rui Hess de Souza, um dos sócios da empresa que fez carreira principalmente na área de marketing. O próprio executivo distribuiu alguns dos envelopes e parece já estar conformado em perder funcionários caso algum sortudo da equipe acerte as seis dezenas:
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— Estou com os dedos cruzados torcendo para que alguém vire milionário — brinca ele.
Os números impressos em cada um dos bilhetes foram escolhidos aleatoriamente, diz Bertoldi. O presidente garante: um eventual novo milionário que surgir no Testo Salto não precisará devolver nada para a empresa. Mas pode até reivindicar uma fatia no negócio:
— Ouvi funcionário perguntando: “Se eu ganhar, posso virar sócio da Karsten?” — diverte-se o executivo.
A Karsten tem uma política de recursos humanos que já inclui diversas assistências, como plano de saúde e odontológico, atendimento psicológico, seguro de vida, convênio com farmácia, auxílio-educação e descontos em produtos e serviços de parceiros, além de uma estrutura da associação desportiva.
A empresa também oferece participação nos lucros e resultados. Em 2024, a concessão do bônus ainda depende do fechamento dos números do quarto trimestre do ano. Se algum funcionário faturar a Mega da Virada, o benefício, convenhamos, não deve fazer muita diferença.
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Aliás
A Karsten está com 150 vagas de emprego abertas. São oportunidades novas diante da perspectiva de aumento da produção para 2025, segundo Bertoldi.
Quais são as indústrias centenárias de SC
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Cia. Hering (1880) – Criada em Blumenau no século 19, tornou-se uma das maiores do Brasil em vestuário e implantou uma bem-sucedida operação no varejo. Em 2021, foi comprada pelo Grupo Soma (Foto: Divulgação)
Baumgarten (1881) – Começou imprimindo jornais em Blumenau e, depois, virou uma das maiores gráficas de rótulos das Américas. Em 2016, fundiu-se com empresas alemãs, criando a All4Labels (Foto: Patrick Rodrigues)
Döhler (1881) – Também fundada por um imigrante alemão, em Joinville. É conhecida como uma das principais marcas de produtos para cama, mesa e banho do Brasil. (Foto: Reprodução)
Grupo H. Carlos Schneider (1881) – O grupo, de Joinville, reúne sete empresas de diversos segmentos, entre elas a Ciser, fabricante de soluções em fixação, e a Hacasa, de empreendimentos imobiliários. São mais de 2 mil funcionários e 20 mil clientes em mais de 25 países (Foto: Divulgação)
Karsten (1882) – Fabrica artigos de cama, mesa e banho. Em 2014, integrantes da família fundadora decidiram vender uma fatia da empresa de Blumenau para novos acionistas (Foto: Lucas Correia, BD)
Aludin e Grupo Fretta (1895) – Nasceu na colônia de Azambuja, hoje Pedras Grandes. Destaca-se no varejo com a rede Casas Fretta, mas diversificou negócios e entrou na construção civil e na indústria (Foto: Divulgação)
Pureza (1905) – Localizada em Rancho Queimado, começou as atividades fabricando cerveja, mas hoje é mais conhecida pela linha de refrigerantes, especialmente do sabor guaraná (Foto: Divulgação)
Firma Weege/Malwee (1906) – Nasceu como comércio, cuja principal atividade em Jaraguá do Sul era o açougue. Antes de lançar a marca de moda Malwee, a família também teve frigorífico (Foto: Divulgação)
Lepper (1907) – Outra grande fábrica têxtil fundada em Joinville e atuante até hoje com uma linha de produtos de cama, mesa e banho (Foto: Divulgação)
Hoepcke (1913) – Fabricante de rendas e bordados fundada em Florianópolis, mas que no fim da década de 1970 transferiu as atividades para São José (Foto: Reprodução, Fiesc)
Hemmer (1915) – Nasceu quando um imigrante alemão decidiu produzir chucrute em Blumenau. Depois vieram as conservas e molhos como mostarda e ketchup. Foi comprada pela Kraft Heinz (Foto: Artur Moser, BD)
Minancora (1915) – Criada pelas mãos de um farmacêutico português em Joinville e famosa pela pomada homônima usada para tratamento da pele (Foto: Reprodução, Facebook)
Wanke (1918) – Iniciou sua trajetória como fábrica de instrumentos agrícolas montada para garantir a subsistência de uma família de imigrantes austríacos (Foto: Divulgação)
Altenburg (1922) – Maior fabricante de travesseiros da América Latina, iniciou pela imigrante Johanna Altenburg em Blumenau. Fabrica artigos de cama, mesa e banho (Foto: Patrick Rodrigues, BD)
Gaitas Hering (1923) – A história começou pelas mãos de operários e sobreviveu. De Blumenau, é a única empresa de toda a América Latina que ainda produz gaitas de boca harmônicas (Foto: Patrick Rodrigues, BD)