A geração de emprego em Blumenau desacelerou em março, encerrando o mês com um atípico resultado negativo para esta época do ano. Dados divulgados nesta quarta-feira pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, revelam o fechamento de 341 postos de trabalho na cidade no período. Esta é a diferença entre demissões (5.626) e contratações (5.285).
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O desempenho foi influenciado pelos números ruins sobretudo da construção civil (-374 vagas). Serviços (-48) e comércio (-18) também mais demitiram do que contratam no mês. Os setores que ficaram no azul foram a indústria de transformação (+63), administração pública (+31), agropecuária (+4) e extração mineral (+1).
Apesar do tombo de março, o resultado acumulado do primeiro trimestre mostra saldo positivo, com abertura de 3.113 empregos, colocando Blumenau na 11ª posição entre as cidades brasileiras neste quesito até agora em 2019. Mas é um dado pior quando comparado ao mesmo período de 2018, que registrou adição de 3.824 vagas.
A coluna sempre gosta de alertar, porém, que se evite deslumbre com os números. É que no início do ano o volume de contratações na indústria (em função dos menores aprendizes) e na administração pública (os servidores admitidos em caráter temporário) é maior. São vagas que foram fechadas entre novembro e dezembro passado, preenchidas novamente ao longo do primeiro trimestre e que serão mais uma vez esvaziadas ao final de 2019, quando os vínculos se encerrarem. A título de comparação, Blumenau encerrou 2018 com criação de 1.027 vagas, depois de o saldo ter oscilado na casa dos 3 mil durante alguns períodos do ano.
Análise
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Uma análise dos números sugere pelo menos duas explicações para o resultado pífio de março. A indústria, por exemplo, encerrou o trimestre com saldo de 2.150 vagas, contra 2.071 no mesmo período de 2018. Mas concentrou um volume maior de contratações em janeiro: foram 1.144, ante apenas 361 no ano passado. Isso leva a crer que muitos postos já estavam ocupados em março, baixando o saldo de criação de empregos no segmento, que tem peso significativo na economia local, no mês.
Outro motivo pode ser a própria frustração com a retomada mais consistente da economia, que ainda não veio. Nas rodas de conversas de empresários, embora o discurso ainda seja de otimismo, é visível um tom de preocupação. Muitos avaliam que os novos governos, tanto o federal quanto o estadual, ainda não mostraram a que vieram e voltaram, com exceções, a colocar o pé no freio em planos de expansão, aguardando o andamento das reformas, em especial a da Previdência.
A aprovação do texto que muda as aposentadorias na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, na quarta-feira, no entanto, deve injetar nova dose de ânimo no mercado.