Em desempenho afetado pela pandemia do novo coronavírus, a receita líquida de vendas da Cia. Hering despencou 27,2% no primeiro trimestre. Em valores, foram R$ 272,1 milhões – contra R$ 373,9 milhões no período entre janeiro e março de 2019. O lucro líquido, que havia sido de R$ 46,6 milhões nos três primeiros meses do ano passado, encolheu para R$ 5 milhões, um tombo de 89,2%.

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A conjuntura fez a companhia fechar toda a rede de lojas a partir do dia 19 de março. Fábricas, escritórios e o principal centro de distribuição, em Goiás, também pararam. Diante do quadro, a Cia. Hering fez ajustes, desligou 750 funcionários em todo o país – incluindo cerca de 170 na matriz, em Blumenau –, suspendeu contratos e reduziu salários em todas as áreas. Somado a isso, houve “deterioração do ambiente macroeconômico, crise de confiança e forte retração no consumo do varejo de vestuário”, na avaliação da empresa.

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Em documento onde faz um balanço das atividades no primeiro trimestre, a Cia. Hering diz que “implementou uma gestão tempestiva de liquidez, rígido controle de despesas e suspensão e priorização de investimentos”. Além de renegociar contratos e prazos, rever o calendário de coleções e reduzir as compras de matérias-primas e produtos acabados, a companhia também reforçou o caixa com a captação de R$ 200 milhões em empréstimos financeiros (R$ 120 milhões em março e R$ 80 milhões em abril).

Até esta quarta-feira (27), apenas 203 das 736 lojas da rede tinham sido reabertas. É um cenário que continuará impactando nos resultados financeiros, com reflexos negativos no desempenho do segundo trimestre – só em abril o volume de vendas caiu cerca de 85% em relação a 2019, embora o canal online tenha dobrado os resultados. Para conter os danos, a companhia criou um programa próprio de incentivo à rede de franqueados e clientes multimarcas, que inclui o alongamento de títulos e redução de encargos, além da suspensão de toda a carteira de pedidos até a reabertura das lojas.

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“Os impactos do cenário de pandemia do Covid-19 na economia e no resultado da companhia foram imediatos, sobretudo pelas restrições de funcionamento dos canais tradicionais e o ambiente de insegurança que se configurou no país”, disse a Cia. Hering no balanço.

Apesar dos problemas, a companhia deu sua parcela de contribuição social no momento, com produção e doação de roupas e aventais para uso hospitalar, máscaras para a comunidade e o lançamento de coleções cujo lucro é revertido para a compra de respiradores. No meio de tantas turbulências, uma das boas notícias para a empresa no trimestre foi a vitória judicial que garantiu um crédito tributário milionário.

Para a Cia. Hering, a volta à “nova normalidade” tende a ser lenta e gradativa, mas “deve reservar oportunidades a longo prazo para as companhias que souberem no próximo período proteger seu negócio, ao mesmo tempo adaptar seu modelo e acelerar a transformação à luz dos novos hábitos, comportamentos sociais e tendências de consumo”.

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