A acirrada disputa entre Ambev e Heineken pelo posto de cervejaria oficial da Oktoberfest Blumenau vai provocar um efeito cascata nas finanças da festa. O duelo lance a lance de duas gigantes do ramo servirá como trunfo da organização para valorar ainda mais futuras cotas de patrocínios. A partir do momento em que poderosas multinacionais demonstram tamanho interesse no evento, as negociações com outros potenciais parceiros comerciais passam a ter outro tom.

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Vitoriosa no embate, a Ambev se dispôs a pagar R$ 5,11 milhões por ano, até 2028, somente para ter o direito de explorar comercialmente a Oktoberfest com o seu amplo portfólio de marcas – a fatura final será bem mais cara porque a empresa também terá de construir um boulevard, bancar a decoração e repassar parte das vendas com bebidas à prefeitura. A oferta foi 80% maior do que os R$ 2,83 milhões exigidos em edital. Só houve expressivo ágio porque, do outro lado, estava um adversário à altura. Bem diferente das últimas duas concessões, em 2014 e 2022, quando as vencedoras não precisaram enfrentar a concorrência.

O que faltou para as cervejarias artesanais disputarem a Oktoberfest Blumenau

Concorrência, aliás, que a direção da Vila Germânica vem tentando estimular nos últimos anos. Salvo poucas exceções, a política comercial da Oktoberfest tem privilegiado exclusividade de marcas dentro de um segmento, ao ponto de a organização precisar dizer “não” a algumas empresas. Se um Banco A, por exemplo, patrocina a festa, o Banco B, rival direto, corre o risco de ficar de fora mesmo com uma boa proposta em mãos. É uma questão de “bom senso”, como já confidenciou à coluna o secretário Marcelo Greuel.

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Os números indicam que a estratégia “restritiva” não tem sido um empecilho para engordar o caixa. No ano passado, na histórica primeira edição pós-pandemia, a Oktoberfest Blumenau faturou R$ 7,32 milhões com patrocínios, valor 42% maior do que o arrecadado em 2019. Cerca de 20 empresas apostaram em associar suas marcas à festa, seja com cotas ou ações de apoio.  

Se a Oktoberfest já era valorizada e assediada pelo mercado publicitário, o novo patamar ao qual o evento foi alçado, ilustrado pela briga entre Ambev e Heineken, sugere que esse tipo de receita continuará crescendo a olhos vistos. Neste caso, beneficiando por tabela outros eventos, como o Natal, o Réveillon e a Páscoa, que se aproveitam do superávit da festa germânica.

Aliás

Dentro da prefeitura de Blumenau já havia a expectativa de que a licitação da Oktoberfest Blumenau não ficaria restrita a uma única proposta, como em anos anteriores. Mesmo assim, os 25 lances trocados por Ambev e Heineken surpreenderam. Quem participa da organização ainda está rindo à toa.

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