Três dias depois de anunciar a suspensão por tempo indeterminado de uma de suas fábricas em Criciúma – a antiga Cerâmica Eldorado –, no Sul do Estado, a Dexco comunicou nesta quarta-feira (2) uma revisão do seu plano de investimentos até 2025. A empresa, com aval do conselho de administração, reduziu a estimativa do ciclo, iniciado em 2021, de cerca de R$ 2,1 bilhões para cerca de R$ 1,8 bilhão, o que representa uma diferença de R$ 300 milhões.

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Em fato relevante divulgado ao mercado, a Dexco disse que irá concluir os projetos que já estão em andamento. Também acrescentou que o aumento de gastos na construção de uma nova fábrica de revestimentos cerâmicos em Botucatu (SP) foi compensado parcialmente por ganhos na divisão de madeira e pela redução dos aportes previstos em metais e louças, outros segmentos atendidos pela companhia.

A empresa informou ainda que a estimativa de aportes somente para 2023 passou de R$ 1,7 bilhão para R$ 1,3 bilhão, recursos destinados para investimentos florestais, manutenção e outros projetos.

As revisões ocorrem no rastro da divulgação do balanço financeiro do segundo trimestre do ano, cujos números não foram bons. A receita líquida registrada pela Dexco entre abril e junho foi de R$ 1,95 bilhão, queda de 11,7% na comparação com o mesmo período de 2022. No acumulado de 2023, as vendas apresentam recuo maior, de 15,6%, frente ao primeiro semestre do ano passado.

No balanço, a empresa diz que os mercados em que atua estão em patamares inferiores em relação a 2022 e que os dados do setor apresentam “um cenário adverso”. Como justificativa, cita dados de associações nacionais que apontam queda nas vendas de revestimentos cerâmicos e na indústria de madeiras, além da retração da construção civil.

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Melhora da eficiência

A Dexco alegou que busca melhorar a eficiência e a produtividade de suas operações ao justificar a suspensão de uma das fábricas de Criciúma. A produção da planta, acrescentou a empresa, será concentrada nas demais unidades em operação em Santa Catarina.

“O dispêndio envolvido no encerramento das atividades da unidade não é material e será compensado pela redução dos custos fixos e ganhos operacionais no curto prazo”, disse a empresa em comunicado.

A notícia gerou uma mobilização do prefeito Clesio Salvaro na tentativa de reverter o quadro e impedir demissões, como destacou o colega Anderson Silva.

Com o mesmo argumento, a companhia já havia encerrado, em junho, as operações de uma unidade de louças em Queimados (RJ), com a produção sendo incorporada pelas fábricas do grupo em Recife (PE), João Pessoa (PB) e Jundiaí (SP).

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