“Você mora no paraíso”. Eu aposto que muita gente, assim como eu, já ouviu essa frase, ou no mínimo algo parecido, ao se identificar como catarinense. A afirmação pode vir de um amigo de fora, de um desconhecido ou de qualquer pessoa que por algum motivo aqui esteve, seja a passeio, a trabalho ou por acaso. Não importa a origem: a expressão costuma ser de fascínio.

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A comparação com um “paraíso” até pode soar exagerada aos olhos e ouvidos dos mais críticos, mas tem seus fundamentos apesar das imperfeições que qualquer lugar tem – e aqui não é diferente. Santa Catarina, afinal, abriga paisagens naturais exuberantes para todos os gostos e estações do ano, tem muitos indicadores econômicos e sociais equivalentes aos de países do primeiro mundo e preserva uma diversificada riqueza cultural traduzida na arquitetura, na gastronomia, em festas típicas como a Oktoberfest Blumenau e no empreendedorismo de seu povo.

NSC celebra as histórias de quem faz Santa Catarina

Se o parâmetro é o Brasil, a alcunha, sem medo de ser bairrista, faz sentido, embora os haters de plantão façam cara feia. E existe até estatística que sustenta isso. Uma recente pesquisa feita pela startup imobiliária Loft em parceria com a Offerwise, divulgada em março, apontou que Santa Catarina é o local preferido entre os brasileiros que gostariam de morar em outro Estado. A baixa taxa de desemprego, uma das menores do país, a qualidade de vida e as opções de turismo e lazer também ajudam a alimentar esse desejo.

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Todo esse conjunto de diferenciais tem atraído até mesmo estrangeiros. O mesmo estado que no passado abriu as portas para imigrantes europeus agora está se acostumando a ouvir novos sotaques pelas ruas e comércio com a vinda de venezuelanos, haitianos e companhia. Gente que abriu mão da própria pátria por uma chance de melhorar de vida e que viu nos atributos de Santa Catarina a oportunidade para recomeçar. É preciso abraçá-los – como já fizemos com alemães, italianos, poloneses e tantos outros “forasteiros”.

Festas típicas com a Oktoberfest Blumenau exaltam a cultura germânica presente em boa parte do Estado (Foto: Patrick Rodrigues, Arquivo NSC Total)


A natureza foi generosa com Santa Catarina. Mas o “status de paraíso” não é fruto apenas da obra divina. O Estado se tornou o que é graças ao espírito empreendedor e resiliente de seu povo, capaz de criar “capitais regionais” semelhantes na essência, mas tão distintas nos costumes. Aqui poucos quilômetros separam as praias das montanhas, o calor do frio, a indústria pesada da agricultura familiar, o colono do contemporâneo. Há poucos lugares capazes de reunir tanta diversidade em uma porção tão pequena de terra.

Mas por que, mesmo com tantas coisas boas, muita gente acha que a imprensa só dá notícia ruim? Como jornalista, me acostumei a ouvir essa pergunta – mesmo que isso não seja uma verdade absoluta, a percepção é compreensível. Quando ouço esse tipo de questionamento, digo que nosso papel é, sim, apontar problemas e cobrar soluções. Mas que também temos o dever de sermos parte da transformação, sem heroísmo, mas dentro daquilo que nos cabe.

Ao longo dos últimos 45 anos, é isso que a NSC vem se esforçando para fazer: jornalismo profissional e propositivo, que cobra mudanças ao mesmo tempo em que abre espaço para as boas iniciativas. Felizmente, no segundo caso, não faltam exemplos.

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