A reta final do segundo turno das eleições para a prefeitura de Blumenau desencadeou divergências nos bastidores do meio empresarial da cidade. Dentro da Acib, alguns integrantes defendem posicionamento aberto e se colocam ao lado do ex-presidente Ronaldo Baumgarten Jr. (PSD), vice na chapa de João Paulo Kleinübing (DEM). Outros, no entanto, preferem que a associação se mantenha apartidária e isenta na disputa.

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Uma transmissão ao vivo feita pelas redes sociais nesta quarta-feira (25) ajudou a botar mais lenha na fogueira. A live foi uma promoção conjunta entre Acib, CDL, Ampe e Sindicato dos Supermercados e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Blumenau e Região (Singavale). Era, como o convite anunciava, para ser uma conversa entre os empresários Carlos Wagner, o Alemão da Alumetal, vereador eleito pelo PSL para a próxima legislatura, e Baumgarten. Ambos são conselheiros da Acib. Na pauta, como a experiência na iniciativa privada pode contribuir na gestão pública e no desenvolvimento de Blumenau.

Wagner fez as vezes de mediador, repassando a Baumgarten perguntas previamente feitas pelas entidades. Em muitas respostas, porém, o vice de Kleinübing se portou como candidato, destacando propostas do plano de governo da chapa e apontando problemas do município. No final da transmissão, ainda pediu voto no próximo domingo (29).

A iniciativa incomodou alguns integrantes das entidades promotoras porque, para essas pessoas, abriu margem para a interpretação de uma predileção institucional por uma candidatura em detrimento de outra. Há quem acredite que essa exposição poderia provocar rusgas com Mário Hildebrandt (Podemos), caso ele seja reeleito no domingo. A avaliação é de que a classe empresarial precisa preservar o bom relacionamento com o governo independentemente de quem estiver nele.

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A live também provocou burburinho entre assessores do atual prefeito. A campanha informou à coluna que não foi convidada para a iniciativa e que não irá se manifestar sobre o assunto.

O que dizem as entidades

O presidente da Acib, Avelino Lombardi, diz que a proposta do evento era promover uma conversa entre empresários. Ele acrescenta que não vê a iniciativa como posicionamento institucional da entidade, mas admite que a programação pode ter gerado essa interpretação.

Lombardi reforça que a Acib, como rege o estatuto, é apartidária. E lembra que, no início da campanha, tanto Hildebrandt quanto Kleinübing foram convidados para participar de reuniões da entidade. Além disso, acrescenta que o atual prefeito já havia cancelado, antes mesmo de ter passado mal no último sábado (21), a participação em um debate que seria promovido pela associação em parceria com um veículo de comunicação local na terça-feira (24) desta semana.

O presidente da Ampe, Elson Schutz, que estava licenciado do cargo para disputar uma cadeira na Câmara de Vereadores, disse que soube do evento, mas não tinha mais detalhes. O presidente eleito da entidade, Pedro Fank, confirmou que houve um convite para que a associação enviasse perguntas que tratassem sobre demandas do segmento. Ele também reforça que a entidade é apartidária.

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O presidente da CDL, Helio Roncaglio, diz que a intenção do evento era levar aos associados a visão de empresários que estão envolvidos com as eleições. Ele reforça que as discussões públicas que envolvem o setor sempre foram feitas deixando partidos de fora. 

Já o presidente do Singavale, Paulo Lopes, vai na mesma linha e avalia que o evento não tinha o objetivo de ser um debate, mas sim um papo com empresários que, para ele, precisam participar mais do processo político.

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