Na loja da Kalvelage montada no bairro Victor Konder, em Blumenau, uma das paredes ficou pequena para tantos prêmios. Já são 38 conquistas em competições internacionais da destilaria catarinense, que dá sequência à série “Fábricas de medalhas” que a coluna começou a publicar neste domingo (18). A empresa mantém em Botuverá uma fábrica com capacidade para produzir 200 mil litros por mês – lá estão as melhores condições de clima e água para produzir gim, vodca e uísque de alta qualidade, diz Marcos Kalvelage, um dos sócios do negócio.
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Todo o portfólio da Kalvelage, hoje com cinco itens, já medalhou em concursos no exterior. Um dos produtos da marca chegou a ser considerado uma “obra-prima brasileira” depois de alcançar uma façanha até então inédita para bebidas feitas por aqui. Trata-se de um uísque que recebeu o Triple Still Award, honraria concedida pela Tasting Alliance. O feito se deve ao duplo ouro conquistado em três das mais importantes competições de destilados do mundo, realizadas pelo grupo em Singapura e San Francisco e Nova York, nos Estados Unidos.
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O reconhecimento é fruto de um hobby que acabou se tornando coisa séria, lembra Marcos. Fãs de destilados, ele e o irmão Maurício comentaram em uma reunião de família, há muitos anos, o desejo de montar uma destilaria após a aposentadoria – os Kalvelage tinham negócios nos ramos de marmoraria e mineração. O sonho começou a sair do papel em 2007. No início, houve muitas tentativas e erros, como é natural na jornada. Apesar disso, eles já viam potencial na proposta.
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— No meio dessa história surgiram produtos interessantes. Aí fomos aprimorando os processos. Fizemos testes às cegas com os amigos, que disseram que a nossa vodca era melhor do que as importadas — recorda Marcos.
Na destilaria, um dos grandes desafios é manter o padrão de qualidade das bebidas. Dependendo da safra dos grãos, os cereais fermentados usados nas composições podem fazer o produto final ter pequenas variações de sabor e textura – algo que um consumidor comum pode não perceber, mas que não passa batido por um experiente jurado de um concurso.
Embora nem sempre seja algo barato, a Kalvelage decidiu inscrever amostras em competições internacionais para validar a tese de que os produtos eram de alta qualidade. Em alguns casos, a empresa errou o alvo de comparação: acabou acertando muito mais alto do que esperava.
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— No início eu não imaginava isso nem nas minhas pretensões mais loucas. O filho da gente sempre é bonito. Mas quando alguém de fora diz, é outra coisa — brinca o empresário.
Hoje um dos principais segmentos de atuação da Kalvelage é na coquetelaria. A empresa tem emplacado a linha de destilados em bares, restaurantes e casas de eventos. São locais em que a concorrência com marcas internacionais pesa menos porque o consumidor geralmente pede um drink sem “olhar” para o rótulo da bebida.
O próximo passo é ampliar mercado e lançar novos produtos – duas novidades estão a caminho, adianta Marcos. São esforços para que o mesmo reconhecimento obtido no exterior se repita dentro de casa.
— Às vezes a gente é mais reconhecido lá fora do que aqui — diz Marcos.
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