A flexibilização do distanciamento social e o retorno gradual de várias atividades econômicas não frearam a curva do desemprego em Santa Catarina desde o início da pandemia do novo coronavírus.
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Na terceira rodada de uma pesquisa que mapeou os impactos da crise na economia catarinense, o Sebrae-SC apontou, na tarde desta terça-feira (12), que o número de demissões no Estado saltou de 406,1 mil, na medição feita entre os dias 13 e 14 de abril – foi a semana que culminou com a reabertura da maior parte do varejo –, para 530,2 mil em um levantamento realizado entre 2 e 6 de maio. Foram 124,1 mil postos de trabalho dizimados em apenas 19 dias.
A pesquisa, que contou com a parceria da Fiesc e da Fecomércio, foi feita a partir de uma amostra de 2.547 entrevistas com empresários de 177 cidades, e os resultados foram projetados em um universo de cerca de 856 mil negócios.
— O impacto na economia foi muito mais forte do que se esperava — admitiu, durante a apresentação, o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar.
O industrial creditou essa aceleração a dois fatores. Segundo Aguiar, Santa Catarina produz mais do que consome. Apesar de as indústrias e do comércio catarinense terem retomado as atividades, o Estado também depende da melhoria de outras unidades da federação, importantes mercados consumidores, mas que seguem com políticas de distanciamento.
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Além disso, ele acredita que muitas indústrias seguraram as demissões em um primeiro momento pelo alto custo de desligar funcionários e por aguardarem medidas de socorro financeiro, como postergação de tributos e linhas de crédito.
Para o presidente da Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt, o fato de o transporte coletivo continuar suspenso também pode ter influência, já que isso ajuda a inibir a movimentação de pessoas, gerando menos consumo. O diretor-superintendente do Sebrae-SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca, avaliou que, sem as medidas provisórias que permitiram a suspensão de contratos e a redução de jornada e salários, o estrago poderia ser bem maior.