A Shein emprestou 20 milhões de dólares, o equivalente a cerca de R$ 100 milhões, para reforçar o caixa da Coteminas. A operação foi fechada em julho com a Santanense, companhia de tecidos controlada pela companhia, mas só foi revelada ao mercado nas demonstrações financeiras de 2022, divulgadas no dia 13 de outubro.

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Neste mesmo balanço, publicado com sete meses de atraso, a Coteminas confirmou a demissão de 1,7 mil funcionários no Brasil – pouco mais de 700 deles da fábrica de Blumenau – e um prejuízo líquido de R$ 670 milhões no ano passado, como já destacou a coluna.

Segundo informou a Coteminas, o empréstimo foi tomado com a TopFashion, empresa da Shein no Brasil, com vencimento em junho de 2026 e pagamento de juros anuais. Não há mais informações sobre a taxa de juros pactuada. No documento, a companhia relembra a parceria firmada em abril para nacionalização de parte da produção da gigante asiática.

“Com o referido acordo, recursos suficientes serão destinados à companhia, em forma de empréstimos conversíveis em ações e com único vencimento para três anos destinados a recompor seu capital de giro”, cita o balanço.

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Por empréstimos conversíveis em ações, leia-se a possibilidade de a Shein se tornar sócia da Coteminas em algum momento no futuro. A empresa chinesa já tem utilizado a companhia brasileira para fechar acordos com confeccionistas, dentro de sua estratégia de crescimento no Brasil.

Incertezas sobre o futuro

A auditoria que analisou o balanço da Coteminas citou “incerteza relevante relacionada com a continuidade operacional” da empresa diante do negativo capital circulante líquido.

Em abril, a coluna destacou as dificuldades financeiras enfrentadas pela companhia e medidas que estavam sendo tomadas para a reestruturação da operação industrial “de forma a melhorar a rentabilidade”.

As mudanças incluíam simplificação da linha de produtos e a venda de imóves não utilizados, como uma fazenda e uma antiga fábrica no Rio Grande do Norte.

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