Há aflição em torno do futuro da Coteminas em Blumenau. Nesta sexta-feira (30), funcionários foram convocados pelo Sintrafite, sindicato que representa a categoria, para uma assembleia geral na porta da fábrica no bairro Garcia na manhã da próxima segunda (3). Em publicações nas redes sociais, a entidade laboral diz ter sido comunicada pela direção da empresa de que haverá demissões. Fontes do setor têxtil ouvidas pela coluna confirmam a informação.

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Membros do Sintrafite passaram parte da tarde em reunião. A coluna até conseguiu contatar uma das dirigentes, que informou que não poderia falar no momento. O telefone fixo da empresa toca e ninguém atende. Em viagem ao Canadá, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Valdecir Mengarda, diz não ter informações sobre a situação. Até o momento desta publicação, a coluna também não conseguiu falar com o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos).

A mobilização do sindicato surge um dia depois de a Coteminas confirmar que escolheu a fábrica de Macaíba (RN), na região metropolitana de Natal, para iniciar a produção de malhas de algodão e peças da varejista de moda Shein no Brasil. Segundo informações divulgadas pelo governo potiguar, o projeto se estenderá a outras oficinas de costura para o interior do Estado.

Em declaração reproduzida no site do governo do Rio Grande do Norte, o presidente da Coteminas, Josué Alencar, disse que os cálculos iniciais de custos da empresa apontaram que os produtos serão muito competitivos e que a empresa acredita na qualidade, graças à mão de obra qualificada do Estado.

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Não está claro ainda se os movimentos em Macaíba e Blumenau têm ligação. Fontes do setor com trânsito junto a representantes da Coteminas confirmaram à coluna nesta sexta que a empresa de fato sinalizou que irá fazer adequações na operação local. Uma delas cita que a reestruturação “não deve ser pequena”. A fábrica do bairro Garcia emprega 1,2 mil funcionários.

Estas mesmas fontes alegam que a empresa vive um momento delicado, com alto endividamento e queda na demanda provocada pela perda de poder de compra do consumidor. A coluna já havia detalhado o panorama do quadro e as intenções da companhia de reestruturar a operação industrial, como forma de aumentar a rentabilidade.

— Eles têm tido prejuízos enormes e isso chega a um ponto mais difícil, de diminuir a empresa. No ano passado negociaram lay off esperando que houvesse reação do mercado — diz uma figura importante do setor têxtil local.

— O mercado anda muito ruim. O têxtil está sofrendo bastante — acrescenta.

Em maio, o presidente da Coteminas descartou, em conversa com Hildebrandt, a possibilidade de fechar a fábrica em Blumenau. Os sinais mais recentes apontam para um enxugamento da operação, mas sem desativação completa. A próxima semana tende a ser esclarecedora.

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Shein

Em abril, a Coteminas anunciou uma parceria com a Shein. Na época, a gigante asiática recém-havia divulgado planos de investir R$ 750 milhões no Brasil nos próximos três anos para viabilizar a produção nacional de roupas vendidas por meio de sua plataforma eletrônica, com geração de cerca de 100 mil empregos.

O acordo firmado envolveria, conforme comunicado divulgado ao mercado, um esforço conjunto para que 2 mil clientes de confecção da Coteminas passassem a ser fornecedores da Shein.

Desde então, prefeitura de Blumenau e governo de Santa Catarina tem se articulado para tentar atrair investimentos para o Estado. Em uma reunião no fim de maio, a Secretaria da Fazenda chegou a pedir mais informações sobre o plano de negócios para avaliar a concessão de incentivos fiscais.

Já neste mês de junho, foi noticiado que a Shein assinou, com o governo catarinense, um documento de confidencialidade para seguir estudando a viabilidade de promover investimentos no Estado.

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Coteminas gera aflição em Blumenau enquanto fecha parceria com a Shein no Nordeste

Shein

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