O juiz Clayton Cesar Wandscheer, da 2ª Vara Cível de Blumenau, determinou que a Celesc mantenha o fornecimento de energia elétrica da fábrica da Teka. A decisão também vale para a Elektro, distribuidora que opera em São Paulo, onde a empresa mantém uma unidade produtiva na cidade de Artur Nogueira. No despacho, o magistrado deu prazo de 90 dias para que a companhia têxtil renegocie o pagamento de faturas em atraso.

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Na ação, a Teka alegou que temia não conseguir quitar a conta de luz por causa da queda de receita provocada pela pandemia do novo coronavírus. Segundo a empresa, vários clientes cancelaram ou prorrogaram os pedidos. A carteira de faturamento, que estava acima de R$ 20 milhões, teria caído para R$ 7 milhões. As informações estão nos autos do processo.

A suspensão da energia elétrica, argumentou a companhia, colocaria em risco as atividades e a manutenção dos empregos, abrindo caminho para a decretação de falência. A Teka está em recuperação judicial desde 2012 e viveu momentos de turbulência nos últimos anos, com mudanças internas e de gestão.

O juiz anotou, em decisão publicada na última quinta-feira (15), que “é de conhecimento público que a pandemia mundial também atingiu a região de Blumenau e, com isso, afetou todo o comércio local e o consumo de produtos e serviços”. E acrescentou que medidas que restringiram a circulação de pessoas e a abertura de lojas são consideradas fatos de força maior, o que justificaria o pedido.

A Teka não foi a única indústria têxtil de Blumenau que conseguiu na Justiça suspender o corte de energia. Na semana passada, a juíza Vivian Carla Josefovicz, da 4ª Vara Cível, determinou, em tutela de urgência, que a Celesc mantenha o fornecimento à BGO Company. O argumento foi o mesmo: a interrupção inviabilizaria a manutenção dos empregos e as atividades da empresa, que também está em recuperação judicial.

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