Os vereadores de Blumenau terão uma reunião na segunda-feira (13) para decidir, em conjunto, se a Câmara reduzirá salários de parlamentares e funções gratificadas. As pressões sobre enxugamento da máquina pública em tempos de coronavírus se voltaram ao Legislativo depois que o prefeito Mario Hildebrandt anunciou, nesta quinta-feira (9), diminuição nos vencimentos dele próprio e também de secretários e diretores do segundo escalão — apesar de o valor a ser economizado não ter sido divulgado.
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A Câmara já destinou R$ 1 milhão do caixa até então reservado para a construção de sua sede própria para um fundo criado pelo município, que será usado na compra de equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas, para os profissionais da rede municipal de saúde. O Legislativo também alinhou que repassará as sobras do duodécimo na íntegra à prefeitura — cerca de R$ 580 mil ao mês — para o mesmo fim. No total, a contribuição chega a quase R$ 8 milhões.
Há vereadores que entendem que a colaboração já é expressiva, principalmente se comparado ao que outras Câmaras pelo Estado já fizeram. Um eventual corte nos salários, por outro lado, teria um impacto pequeno, em termos financeiros, dentro da conta total. Os parlamentares recebem, bruto, R$ 11.023,65 — o presidente um pouco mais, R$ 16.535,46. Um corte de 10% representaria uma economia mensal de R$ 17 mil. De 20%, R$ 34 mil.
O que está em discussão é o simbolismo do gesto. Nesses momentos em que o coronavírus pulveriza empregos e compromete a renda de milhões de famílias, toda forma de economia conta. Ainda mais quando se trata do funcionalismo público, detentor de privilégios e salários acima da média. O corte na própria carne poderá ser interpretado como medida popularesca, ainda mais em ano eleitoral, ou como bem-vindo exemplo de sacrifício, mostrando que ninguém está imune aos efeitos da pandemia. Cada um que tire as suas próprias conclusões.
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