Números divulgados nesta terça-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que os setores têxtil e de confecção estão entre as atividades industriais que mais sentiram os impactos da pandemia do novo coronavírus no Brasil.

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Em uma lista de 26 áreas da indústria, o segmento de confecção de artigos de vestuário e acessórios, segundo o IBGE, teve a maior queda na produção industrial em março na comparação com fevereiro. O tombo chegou a 37,8%, índice quatro vezes pior que o desempenho da produção industrial nacional, que registrou recuo de 9,1% no mês.

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A produção industrial de artigos têxteis também apresentou retração expressiva, de 20% — a quinta maior entre os segmentos. Em relação a março de 2019, o recuo foi de 9,9%. Já o setor de confecção viu a produção encolher 27,5% quando a referência é o mesmo mês do ano passado.

Em qualquer uma das comparações, seja com fevereiro deste ano ou março de 2019, os impactos são visíveis. Este cenário passou a se tornar mais visível quando, a partir da segunda quinzena de março, várias fábricas de Blumenau e do Vale, importante polo têxtil nacional, começaram a dar férias coletivas para funcionários. No retorno das atividades, muitas delas fizeram ajustes na operação, que resultaram em demissões de funcionários.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), José Altino Comper, diz que o setor estava animado com março, mas acabou surpreendido pela pandemia. A paralisação parcial da atividades, aliás, comprometeu um trimestre que parecia promissor. Com o tombo de 37,8% no mês, a indústria de confecção, por exemplo, viu a curva positiva se inverter, acumulando uma queda na produção no período de 10,9%.

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Relação com o varejo

Os setores da indústria nacional com maior queda na produção em março estão diretamente ligados ao varejo, que teve lojas fechadas por causa da quarentena. Além de confecção e produtos têxteis, aparecem com os piores resultados couro, artigos de viagem e calçados (-31,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-28%) e móveis (-27,2%).