Depois de um 2020 turbulento, com perdas e reestruturações provocadas pela pandemia, a Cia. Hering anunciou investimentos de R$ 131 milhões em 2021, o maior volume anual, segundo a própria companhia, em 140 anos de história. Os recursos serão direcionados a projetos focados na transformação digital e na abertura e reforma de lojas. Os primeiros detalhes do aporte milionário foram informados no balanço financeiro da empresa blumenauense, divulgado nesta quarta-feira (3) ao mercado.
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“Em 2021, a Cia. terá seu maior investimento da história, totalizando R$ 131 milhões em Capex (despesas ou investimentos em bens de capital). Estes recursos serão direcionados para nossos programas de tecnologia focados na reestruturação da arquitetura de sistemas e dados, desenvolvimento de infraestrutura, plataformas digitais e estratégia de inovação, modernização do parque industrial e logístico, além de melhorias na experiência de loja”, diz o documento.
O plano é uma reação a um ano duro e desafiador para a companhia, cujo modelo de negócios ainda é predominantemente concentrado em vendas no varejo físico, fortemente impacto pela pandemia – o que levou a Hering a fazer uma série de ajustes operacionais, incluindo demissões e redução de salário de funcionários. Em 2020, a receita líquida de vendas recuou cerca de 30%, de R$ 1,54 bilhão para R$ 1,07 bilhão. O lucro líquido até aumentou 60%, mas o resultado foi impulsionado pela obtenção de créditos fiscais.
O resultado, segundo a empresa, se deve à “instabilidade na operação devido aos fechamentos de lojas, horários de funcionamento reduzidos e limitação da circulação de pessoas”, que contribuíram para a queda no faturamento no varejo físico. As vendas tiveram redução significativa em canais multimarcas (-35,8%), nas franquias (-41,1%) e nas lojas próprias (-35,9%).
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Por outro lado, a companhia tem motivos para celebrar o avanço no comércio eletrônico. As vendas na loja virtual mais que dobraram em 2020: somaram R$ 181 milhões, um salto de 158,7%. Só no último trimestre do ano a alta foi de 230,6%. Houve crescimento de tráfego de 91% e 61% dos clientes compraram no site pela primeira vez. Em receita, o e-commerce repetiu entre outubro e dezembro o resultado acumulado de todo o ano de 2019.
“O fortalecimento da nossa presença online foi uma importante alavanca de transformações”, diz a companhia no balanço, citando ainda o lançamento do app da marca Hering, vendas por WhatsApp e a redução do tempo médio de respostas a clientes e entregas de pedidos, além da ampliação da cobertura do modelo pick-up in store (comprar pelo site e retirar o produto em uma loja física).
Apesar da aposta na transformação digital, a Cia. Hering também informa que continuará expandindo a rede física de varejo. Estão previstas para 2021 a abertura de 110 novas lojas – a companhia encerrou 2020 com 778 unidades, 758 delas no Brasil – em formatos compactos e a conversão de 25 mega lojas.
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