Sem muito alarde, Blumenau deu um novo passo na última semana para retomar eventos de negócios, um dos setores mais afetados pela pandemia. O setor 2 da Vila Germânica recebeu de quinta-feira (26) a domingo (29) a Feira Casa SC, que reuniu 80 empresas de móveis e artigos de decoração para o lar, com mais de 8 mil produtos a pronta-entrega.

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Foi a primeira exposição considerada “de massa” na cidade a seguir regras sanitárias estabelecidas pelo governo de Santa Catarina para eventos com previsão de público superior a 500 pessoas. E também praticamente a primeira desde o início da crise do coronavírus – outros eventos menores já tinham acontecido.

A Setthy Marketing e Eventos, responsável pela feira, precisou criar um plano de contingência que foi avaliado pela Vigilância Sanitária de Santa Catarina. Além do Estado, a organização também precisou do aval da Comissão Intergestores Regional (CIR) do Médio Vale e da vigilância municipal. A lista de critérios analisados incluiu, entre outros fatores, a duração do evento e as características do local e do público, além da situação da pandemia na região a partir de dados relativos à transmissão e ocupação de leitos de UTI, por exemplo.

Diretor da Setthy, Augusto Goulart estima que a feira recebeu em torno de 4,2 mil pessoas e movimentou R$ 2,5 milhões em negócios ao longo dos quatro dias. À coluna, ele disse que, embora a retomada ainda não seja “como a gente queria”, colheu boas impressões dos expositores, principalmente considerando que a economia segue passando por “um estado pandêmico”:

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— A gente tem que considerar o número de negócios fechados, que foi expressivo, não a quantidade de público. A feira hoje não é quantitativa, e sim qualitativa.

A diretora de Vigilância em Saúde de Blumenau, Jeckeline Maria Sartor, considera que o evento passou no teste. Os protocolos, de acordo com ela, foram cumpridos. Coordenadora municipal de Vigilância Sanitária e Ambiental, Juliana Rigo acompanhou a equipe de fiscalização que rodou a feira e, à coluna, disse que não houve registros de grandes problemas.

Um relato pessoal

O local não deixou ninguém esquecer que a pandemia segue presente. Instalada no setor 2 da Vila Germânica, a feira ocorreu entre a central de vacinação, no setor 1, e o ambulatório para casos suspeitos de Covid-19, no setor 3. Não deixa de ser um choque de realidades, já que poucos metros separaram visitantes do evento de pessoas que buscavam atendimento ou imunização.

Curioso, fui conferir a situação de perto na tarde de sábado (28). Apesar das distintas “vocações” da Vila Germânica no atual momento, não vi nada que pudesse configurar algum tipo de conflito. Apesar do cenário soar improvável, feira e estrutura de saúde conviveram bem lado a lado, dentro do possível.

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Esquinas dos corredores disponibilizaram álcool gel ao público
Esquinas dos corredores disponibilizaram álcool gel ao público (Foto: Pedro Machado)

Adesivos fixados no piso indicavam a necessidade de manter o distanciamento na fila de entrada da feira, que custou R$ 5 ou um quilo de alimento não perecível. A cobrança de ingresso, embora a preço simbólico, já funcionou por si só como uma forma de controle do público. 

Um segurança media a temperatura dos visitantes logo no acesso ao setor 2. No momento do credenciamento, fui questionado se já havia tomado a vacina. Respondi que sim, embora ainda aguarde a segunda dose. Estar imunizado não era pré-requisito para acessar a exposição, mas a informação era necessária para efeitos de controle, explicou a mulher que me atendeu.

Dentro do setor 2, corredores mais largos do que o habitual separavam uma infinidade de sofás, mesas de jantar, colchões e outros tipos de produtos para casa. Em praticamente cada esquina havia um dispenser com álcool gel. 

Expositores e público, muitas famílias incluídas, usavam máscara de proteção o tempo todo. Do que vi em pouco mais de uma hora circulando pelo local, as únicas exceções se concentravam nas mesas da praça de alimentação, montada nos fundos do pavilhão e onde estavam estacionados alguns food trucks.

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Vendedores com quem conversei não escondiam o ânimo. Para muitos deles, foi a primeira feira em mais de um ano e meio. Com demanda reprimida, boa parte saiu com expectativas superadas. O público, disseram, também estava disposto a comprar.

A direção da Vila Germânica informou à coluna que não há, por enquanto, novos eventos confirmados para o complexo pelo menos até o fim de novembro. Por outro lado, colações de grau e bailes de formatura estão agendados para dezembro. Até lá, o cenário de vacinação estará mais avançado e a maior parte da população adulta, espera-se, já deve estar completamente imunizada.

Aos poucos o mercado vai se adaptando à nova realidade. De muita gente ouvi que já é hora de voltar. Concordo, desde que os cuidados e o controle continuem rígidos até a maior parte de nós estar efetivamente protegida.

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