A Blumenau Iluminação mudou de patamar em um curtíssimo período de tempo. Nos últimos cinco anos, a fabricante de luminárias viu o faturamento disparar 160%. Além de um crescimento vegetativo, a aceleração se deve, também, aos efeitos da crise sanitária imposta pela Covid-19. Como outros setores que produzem artigos para casa, especialmente o têxtil, a empresa observou aumento nas vendas para clientes que precisaram ficar confinados.

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— Em três anos de pandemia a gente dobrou de tamanho — diz o presidente Renato Medeiros.

Com 45 anos de estrada, a empresa projeta receitas de R$ 400 milhões em 2024. E agora almeja se tornar a maior fábrica de luminárias do Brasil no futuro. Embora admita que existem poucos dados concretos sobre a participação de mercado do setor, Medeiros cita a capilaridade da Blumenau, com suas marcas – Blumenau, Germany e Infinity, esta última ligada à internet das coisas (IOT) – presentes no varejo em todo o Brasil. Os principais concorrentes hoje são a paulista Avant e a vizinha Taschibra, de Indaial.

Esta nova frente de expansão deve se sustentar, principalmente, a partir de um movimento estratégico feito neste ano, quase que ao acaso. Em agosto, a Blumenau arrematou a antiga fábrica de 11 mil metros quadrados da têxtil Malhasoft, que teve a falência decretada pela Justiça. Foi um achado: à coluna, Medeiros, que já vinha mapeando imóveis na região, contou que soube da disponibilidade do imóvel poucos dias antes do leilão.

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— A sorte também ajuda quem trabalha — acredita o executivo.

Pelo espaço, praticamente vizinho de porta da atual sede, a companhia pagou R$ 12,6 milhões – houve concorrência na disputa. Mas como do galpão praticamente só se aproveitavam as paredes, foi necessário desembolsar mais uma bolada para reformá-lo. O investimento final deve ficar próximo de R$ 21 milhões. A estrutura, prevista para ser entregue entre março e abril de 2024, servirá como centro de distribuição, concentrando todo o estoque da empresa. Com isso, cerca de 4 mil metros quadrados da matriz serão liberados para aumentar a produção.

Além do reforço na estrutura logística, a Blumenau quer crescer também em outras frentes, em um planejamento que, neste caso, não é fruto da casualidade. Apesar de considerar que a empresa já está bem posicionada em São Paulo, Medeiros vê espaço para “abocanhar” mercado em outros estados da região Sudeste. Somado a isso, a companhia também deve focar em mais itens de maior valor agregado, fabricados no Brasil. Hoje, 75% da linha é feita na China, “que é mais rápida”, diz Medeiros. Apesar da dificuldade de nacionalizar este tipo de produto, o executivo acredita que é possível, no cenário ideal, aumentar a participação local de 25% para 30%.

— Deixamos de ser uma fábrica em série. Hoje estamos produzindo coisas diferentes — contextualiza.

Com 1,4 mil itens no catálogo – alguns deles só mudam de cor, e por isso são considerados produtos diferentes –, a Blumenau lança duas coleções por ano e conta com um portfólio que atende projetos residenciais, comerciais e industriais – a exceção ainda é a iluminação pública. Dentro do processo de criação da empresa, há ainda uma parceria com a Furb que vem rendendo resultados interessantes.

Graças a um concurso universitário, alunos do curso de Design são estimulados a desenharem novos modelos de luminárias. Algumas das peças foram incorporadas ao portfólio da Blumenau, hoje são vendidas em todo o Brasil e renderam à empresa um faturamento superior a R$ 1 milhão nos últimos três anos. Os autores recebem royalties.

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— Isso é inovação pura — considera Medeiros.

Nos últimos cinco anos, a Blumenau aumentou o quadro de funcionários em 70%. Hoje são 260 colaboradores diretos e 130 representantes em todo o Brasil. Além de atender todo o país, a empresa também exporta para mais de 10 países da América Latina. Com os novos planos de expansão, os investimentos em marketing e posicionamento de marca, sob o mote “se tem luz, tem gente” também serão intensificados, adianta o presidente.

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