A Cia. Hering tem um novo presidente. Thiago Hering, que até então respondia pela diretoria executiva de Operações, foi eleito para ocupar o cargo do pai, Fábio Hering, que agora estará à frente apenas do Conselho de Administração. A deliberação ocorreu em assembleia na última quinta-feira (29), três dias depois de a companhia informar ao mercado que aceitou uma oferta de R$ 5,1 bilhões para ser incorporada ao Grupo Soma, gigante nacional do varejo de moda.
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A troca de comando na centenária empresa de Blumenau, no entanto, não tem relação com a operação. Thiago já vinha sendo preparado para suceder o pai bem antes da primeira notícia envolvendo uma suposta venda da Cia. Hering – neste caso para a Arezzo, cuja proposta foi rejeitada – vir à tona.
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Pelo acordo feito com a Soma, Fábio será o presidente do Conselho de Administração do grupo formado pela junção das duas companhias. Já Thiago será CEO da Hering. A combinação dos negócios, no entanto, ainda depende da aprovação formal de acionistas e de órgãos reguladores de mercado, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
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A alteração na presidência marca o fim de um ciclo virtuoso para a Cia. Hering liderado por Fábio. O executivo começou a carreira na companhia como trainee nas áreas de marketing e vendas em 1984. Teve papel importante na migração do modelo de negócio focado na indústria para o varejo, no final da década de 1990. Sob sua gestão, a Hering se consolidou como um dos principais e mais respeitados grupos de moda do país.
Thiago, o herdeiro, é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e já atuou como advogado. Há mais de 15 anos, no entanto, migrou para o setor varejista. Foi gestor de 10 operações de franquias da marca Hering antes de assumir a função de diretor de Marcas, em 2018. Desde 2019 respondia pela diretoria executiva de Operações, sendo responsável pela gestão das marcas e dos canais da companhia.

Aliás
Na coletiva de imprensa com jornalistas de Blumenau na última semana, o ainda presidente da Cia. Hering, Fábio Hering, disse que o Grupo Soma não caiu de paraquedas. O executivo admitiu que os termos da operação foram definidos rapidamente, em poucos dias, mas revelou que a relação com os acionistas do outro lado da mesa já vinha de longe.
— Eu tenho contato com eles desde 2013, 2014, quase 10 anos. Não que tenhamos falado em avançar em fusão, mas trocávamos muitas informações e ideias sobre esse mercado (de moda) — revelou.
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Fábio disse que a operação significa a aquisição da Hering pela Soma apenas sob o aspecto societário. Em se tratando de negócios, funciona como uma fusão, “uma associação de companhias com tamanhos similares e projetos estratégicos bastante convergentes”.
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